A eleição, que até muito recentemente não fazia preço no mercado brasileiro, começa a ganhar força, conforme se aproxima o pleito majoritário e pela falta de opções, pelo ponto de vista estritamente econômico.
Para muitos membros do mercado financeiro, Paulo Guedes era considerado o guardião do fiscalismo, o “dono da chave do tesouro”, ao ponto em que os rompantes de gastos extremos por parte do congresso e executivo eram barrados no ministério da economia.
Isso trouxe antipatia da classe política e a pecha de negociador inábil do ministro e sua equipe de técnicos, além de reclamações da presidência de maneira constante, ao não ceder às demandas dos partidos, mas era muito bem aceito pelo mercado.
A proximidade das eleições, a pandemia e a impopularidade do presidente aparentemente “ligou o modo eleição” no ministro, que cedeu em diversos pontos importantes, alguns críticos como o teto dos gastos e perdeu, aos olhos do mercado, a posição de guardião do fiscalismo.
Com isso e cessões como elevação do auxílio-Brasil e o orçamento na mão do Centrão deixou o mercado com norte limitado em termos de apoio à política econômica, considerada agora irresponsável em termos fiscais.
O problema para os investidores é que o programa econômico da oposição é uma colcha de retalhos que remete ao pior momento do governo anterior, ou seja, ao período Dilma e sequer cabe no momento atual, pois caso aplicado, terá um custo que só poderá ser compensado com elevações de impostos e somente o tão desejado imposto sobre fortunas nem de longe é o suficiente para cobrir tudo.
Além de recusa em “falar com o mercado”, o pretenso programa, sempre que criticado recebe de seus autores e defensores a marca de “nem tudo será aplicado”, fora o fato do legislativo provavelmente manter sua composição atual, ou seja, centrão no comando, o que não facilita nada a pretensa governabilidade e a reversão das reformas já adotadas desde o governo Temer, o que não é de todo mal.
Assim, o mercado está entrando no modo eleição e deve se aprofundar ainda mais nos próximos meses, especialmente com os programas até agora apresentados.
Atenção hoje ao mercado imobiliário, balança comercial e confiança do consumidor nos EUA e o CAGED no Brasil, num momento positivo de mercado, após reiterados sinais de retomada na China, impulsionando emergentes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, apesar da sensibilidade ainda elevada das economias globais e da inflação.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com investidores ainda reagindo às notícias de reaberturas na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com incertezas sobre a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,22%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2382 / -0,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,047%
Dólar / Yen : ¥ 135,97 / 0,369%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / 0,025%
Dólar Fut. (1 m) : 5235,20 / -0,69 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,74 % aa (1,50%)
DI - Janeiro 24: 13,31 % aa (0,45%)
DI - Janeiro 26: 12,45 % aa (0,16%)
DI - Janeiro 27: 12,51 % aa (0,40%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1195% / 100.764 pontos
Dow Jones: -0,1982% / 31.438 pontos
Nasdaq: -0,7157% / 11.525 pontos
Nikkei: 0,66% / 27.049 pontos
Hang Seng: 0,85% / 22.419 pontos
ASX 200: 0,86% / 6.764 pontos
ABERTURA
DAX: 0,627% / 13268,71 pontos
CAC 40: 1,141% / 6116,28 pontos
FTSE: 1,156% / 7342,23 pontos
Ibov. Fut.: 2,14% / 102517,00 pontos
S&P Fut.: 0,50% / 3923,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,430% / 12092,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,02% / 123,09 ptos
Petróleo WTI: 1,87% / $111,62
Petróleo Brent: 1,89% / $117,26
Ouro: 0,13% / $1.825,12
Minério de Ferro: 3,22% / $123,70
Soja: 1,07% / $1.648,00
Milho: 1,41% / $754,75
Café: -0,26% / $226,00
Açúcar: 0,93% / $18,47