A evolução da tecnologia tem transformado a vida humana em diversas áreas. É inegável. Carros autônomos e inteligência artificial são apenas a ponta de um enorme iceberg.
No mercado financeiro, o uso de ferramentas tecnológicas para a tomada de decisão tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. Os investimentos sistemáticos e quantitativos são um exemplo disso.
Diego Feinberg e Pedro Alexandre, ambos da Galapagos Capital, participaram de um bate-papo comigo sobre o assunto e hoje quero falar um pouco sobre este tema.
De forma introdutória, eles explicam o que são investimentos quantitativos e como se diferenciam do modelo sistemático.
Diego destaca que as metodologias não são completamente distintas; elas se complementam. O modelo quantitativo, por exemplo, é descrito como um conjunto de regras que levam à tomada de decisão, enquanto o modelo sistemático foca nos tipos de regras e funcionalidades utilizadas, bem como nas ferramentas que ajudam a construir esses “caminhos”.
Eles explicam que o uso de dados para a construção das teses têm sido fundamentais. Como exemplo, eles explicam que a análise do tráfego de jatos privados em determinadas regiões pode oferecer insights para posicionamentos em fusões e aquisições.
Da mesma forma, a utilização de satélites para estimar estoques de petróleo ou contar veículos em estoques ajuda a entender o volume de clientes em lojas específicas.
Pedro explica que a metodologia quantitativa e sistemática utiliza uma abordagem científica que valida hipóteses e minimiza influências emocionais, permitindo processar volumes maiores de dados.
Esse crescimento na aplicação dos modelos quantitativos é apoiado pelos dados da Quant Finance, que apontam um salto de 100 para mais de 200 fundos quantitativos em poucos anos.
Para Diego, o aumento dessa abordagem se explica pela adesão de investidores em busca de retornos descorrelacionados e por uma execução mais eficiente.
Segundo Pedro, o mercado deve seguir essa tendência, especialmente por conta da capacidade dos sistemas em lidar com grandes volumes de informações, algo essencial em áreas como o mercado financeiro e o varejo.
Na minha opinião, para uma decisão de investimento nos dias de hoje, não é mais viável uma visão simplista.
O gestor, por melhor que seja, não consegue mais atuar sozinho, pois o volume de informações que chegam de várias partes do mundo é impossível de ser acompanhado e processado.
Diego ressalta que, embora esses modelos ofereçam agilidade, eles não são simples de serem criados. O desenvolvimento de uma estratégia é um processo artesanal que pode levar anos.
Ele compara essa criação à culinária, onde uma série de ingredientes precisa ser cuidadosamente combinada, e a habilidade do “cozinheiro” faz toda a diferença no resultado final.
Por fim, conforme o avanço tecnológico se integra cada vez mais ao mercado financeiro, fica evidente que os modelos quantitativos e sistemáticos não são apenas uma tendência passageira, mas uma evolução necessária para lidar com a complexidade e o volume de informações atuais.
A utilização de dados e o desenvolvimento de estratégias baseadas em ciência e tecnologia têm ampliado as possibilidades de investimento e ajudado a reduzir influências emocionais, proporcionando uma tomada de decisão mais sólida e assertiva.
Do lado do investidor, é uma classe que deve ser considerada, porém, com a devida cautela e diversificação. Como em todos os mercados, apesar da inteligência embarcada, os riscos sempre existem e sempre vão existir.
Pense nisso e até a próxima!