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Milho Renova Corrida de Alta com Queda de Produção nos EUA

Publicado 10.06.2022, 11:35
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Os preços do milho estão registrando seu maior rali em 15 semanas, devido ao racionamento de culturas nos EUA, o que está aumentando a restrição de oferta global do grão.

O contrato futuro do milho nos EUA para julho era negociado a US$ 7,72 por bushel antes da abertura desta sexta-feira em Chicago, após atingir a máxima de três semanas de US$ 7,82 na sessão de quinta-feira.

Isso representa uma alta de 6% na semana, maior avanço desde a semana de 25 de fevereiro, quando o mercado disparou 14,5% por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, virando de cabeça para baixo os mercados globais de grãos e energia. Antes da guerra, os dois países respondiam conjuntamente por 2,6% da produção mundial de milho.

Milho diário

Gráficos: cortesia de skcharting.com

A volatilidade fez com que o milho futuro, nas três semanas anteriores, provocasse uma queda de 7% em maio. Esse foi apenas o segundo mês em dez em que o milho registrou perdas, desde o rali que começou em setembro, diante da baixa produtividade das plantações ao redor do mundo no ano passado. A corrida de alta no milho começou antes da disparada do petróleo iniciada em novembro de 2021. No acumulado do ano, sua alta é de 30%.

Para contribuir com o cenário fundamentalista nos preços do milho, os aspectos técnicos também mostram que a força do grão veio para ficar. Falaremos mais sobre isso em seguida.

Primeiro a safra: a perspectiva do milho nos EUA não é nada boa para a safra de 2022-23 (setembro-agosto), em vista do baixo nível de produtividade.

Isso ocorre no momento em que a oferta mundial já está bastante estressada por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia, afirmou a S&P Global Commodity Insights, em uma análise sobre o mercado americano.

As condições climáticas adversas em várias regiões dos Estados Unidos no período de pico de plantio estão mantendo os produtores de braços cruzados, gerando preocupações de que possam deixar os campos inaproveitados para receber os pagamentos de seguro, informou a matéria da S&P.

Milho semanal

O maior receio com a falta de plantio ocorre em Dakota do Norte e Minnesota, estados onde a produtividade ficou bem abaixo das médias de cinco anos até 5 de junho.

Embora as datas finais de plantio do milho variem de acordo com as regiões dos EUA, costumam ficar entre o fim de maio e 5 de junho.  Depois disso, os agricultores podem optar pelo pagamento dos seguros.

"Haverá uma quantidade razoável de área sem plantio, principalmente no extremo oeste de Minnesota e no leste de Dakota”, declarou Jonathan Mikkelson, produtor agrícola de Minnesota, à matéria da S&P Global.

A Platts Analytics, uma divisão da S&P, considera que haverá 3,5-4 milhões de acres de área sem plantio de milho nos EUA na atual estação.

A opção pelos pagamentos de seguro é o último recurso dos agricultores neste ano, dado que as oportunidades de mercado são boas, acrescentou.

“O mercado está demandando mais plantações de milho”, complementou MIkkelson.

“Os agricultores queriam plantar, mas, em algumas regiões, o clima e as condições de solo não permitiram que isso ocorresse em tempo hábil”.

Pete Meyer, diretor de grãos da Platts Analytics, afirmou:

“Sem dúvida, a área sem plantio será maior do que os 2,1 milhões de acres devido à umidade.”

“Seu chutaria algo em torno de 3,5-4 milhões de acres”.

O Departamento de Agricultura dos EUA, enquanto isso, estima que a produção total de milho no país cairá 4% no ano em 2022-23.

Milho mensal

E o que dizer dos aspectos técnicos do milho?

A máxima de três semanas tocada na quarta-feira no milho para julho, a US$ 7,83, pode se estender para US$ 8,25, se as compras não perderem vigor, disse o analista técnico Sunil Kumar Dixit.

Dixit ressaltou que o milho ganhou força após sua recente queda para a média móvel de 100 dias, a US$ 7,20, formando uma base de suporte de curto prazo entre US$ 7,20 e 7,25, responsável por fazê-lo alcançar a máxima de quinta-feira a US$ 7,25.

Dixit disse ainda:

“A ação semanal dos preços indica que o milho está acumulando força para superar a máxima da semana anterior de US$ 7,77. Um fechamento semanal acima desse nível confirmará ainda mais o movimento em direção aos alvos de US$ 8, 8,20 e 8,25”.

Mas ele também alertou que qualquer fraqueza abaixo de US$ 7,20 invalidaria o movimento de alta. Segundo o analista:

“Se o milho ficar exposto à média móvel de 700 e 100 dias de US$ 6,65, pode ser que registre mais fraqueza.”

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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