Em março, os preços de milho registraram expressivas quedas no mercado brasileiro. A pressão veio do avanço da colheita da safra verão e do bom desenvolvimento da segunda temporada, que, neste caso, tem gerado expectativa de oferta elevada. A menor competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional também influenciou as baixas domésticas.
Nesse cenário, demandantes estiveram concentrados apenas em negociações de pequenos lotes, devido à necessidade pontual de repor estoques. Vale ressaltar que compradores adquiriram lotes maiores para entrega no segundo semestre, à espera de preços ainda mais baixos.
Assim, em março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP) registrou queda de 9,2%, fechando a R$ 38,43/sc da 60 kg no dia 29. Já a média de março, foi de R$ 39,82/sc de 60 kg, foi 2,6% inferior à média de fevereiro.
Quanto às regiões acompanhadas pelo Cepea, a média mensal caiu 4,5% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e 4,3% no de lotes (negociações entre empresas).
Em relação às comercializações nos portos, estiveram lentas no mercado spot, mas registraram maior ritmo para a embarques no segundo semestre de 2019. Desta forma, os valores no porto Paranaguá (PR) registraram expressivo recuo de 8,9% no acumulado do mês.
Em meio a esse contexto, os embarques de milho se reduziram pela metade entre fevereiro e março de 2019, com 891,9 mil toneladas exportadas no último mês, segundo dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
INTERNACIONAL – Na CME Group (Bolsa de Chicago), os futuros registraram desvalorização, influenciados pela perspectiva favorável ao início do semeio do milho nos Estados Unidos. Agentes, no entanto, s seguem atentos ao clima. O contrato maio/19 caiu 3,84%, fechando com média de US$ 3,7111/bushel (US$ 146,10/t).
CAMPO – No campo, a semeadura está praticamente concluída em todas as principais regiões acompanhadas pelo Cepea. Com o clima favorável, no geral, o desenvolvimento das lavouras segue de forma satisfatória. No Paraná, 99% da área foi semeada até o dia 2 de abril, segundo o Seab/Deral, e 85% destas lavouras apresentam boas condições, 14%, médias e 1%, ruins.
Quanto à colheita do milho verão, o Deral/Seab sinaliza que 89% da área no Paraná havia sido colhida até o dia 2 de abril. O Departamento sinaliza também que do total das lavouras restantes, 92% estão em fase de maturação e 96% em condições boas.
No Rio Grande do Sul, a Emater indica colheita de 65% do total, contra 59% no mesmo período do ano passado, e 57% na média de 2014 a 2018. Em Mato Grosso, segundo o Imea a semeadura do milho segunda safra foi concluída.
Na Argentina, produtores também têm tido problemas com a elevada umidade dos grãos. No entanto, a colheita vem caminhando de forma satisfatória – até 27 de março, 12,2% do total já havia sido colhido.