Os preços de milho recuaram significativamente na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea em junho, devido à proximidade da entrada do cereal da segunda safra, que tem afastado compradores. Nesse cenário, a liquidez esteve baixa no mês.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) caíram 9,3% e no disponível (negociações entre empresas), 12,7% em relação a maio. Porém, no acumulado do ano ambos os mercados se valorizaram fortes 28,6% e 20,4%, respectivamente.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registrou considerável queda de 19,4%, fechando a R$ 36,97/saca de 60 quilos no dia 29. Porém, no acumulado do ano, os preços ainda se mantêm em alta, de 9,5%.
EXPORTAÇÃO – Em junho, as exportações apresentaram bom ritmo. Segundo dados da Secex, (considerando 21 dias úteis de junho), o Brasil embarcou 142,9 mil toneladas, volume 2,5 vezes superior ao de maio, quando foram exportadas 56,9 mil toneladas, mas quase 4 vezes menor frente a junho/17, quando foram exportadas 563,2 mil de toneladas.
Os atuais preços de exportação ainda são considerados baixos aos produtores brasileiros, por isso, o ritmo de novos negócios para exportação esteve limitado em junho. No porto de Paranaguá, os preços recuaram 3,5% em junho, fechando a R$ 42,42/sc no dia 29.
CAMPO – A colheita da segunda safra começou a ganhar ritmo no Centro-Oeste e Sul do País em junho. Em Mato Grosso, até o dia 29, os trabalhos alcançaram 21,28% da área, segundo o Imea. No Paraná, até o dia 2 de julho, apenas 2% da safra havia sido colhida, segundo o Deral/Seab. Colaboradores do Cepea indicam que choveu em algumas regiões paranaenses na última semana do mês, o que não atrapalhou os trabalhos no campo. De acordo com o Seab/Deral, 29% das lavouras apresentam boas condições, 49%, médias e 22%, ruins.
Na Argentina, a colheita do cereal avançou 18,7 pontos percentuais ao longo do mês, alcançando 55,6% da área nacional até o dia 28, segundo relatório da Bolsa de Cereales. Apesar das chuvas volumosas no início de junho, os trabalhos de campo não apresentaram grandes atrasos. Quanto à produtividade, se mantém menor que a da temporada anterior, estimada em 6,39 t/ha, e a produção para esta campanha em 32 milhões de toneladas.
Nos Estados Unidos, com a semeadura finalizada no início de junho, as condições climáticas seguiram nas atenções de agentes de mercado. Segundo o último relatório do USDA, 76% da área está em condições boas ou excelentes e 18%, entre razoáveis e ruins, contra 68% e 24% no mesmo período de 2017, respectivamente.
Na Bolsa de Chicago (CME Group), os contratos de milho iniciaram o mês em alta, mas os vencimentos foram pressionados pelas boas condições das lavouras no decorrer de junho. Além disso, a queda também foi reflexo das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que podem reduzir as exportações de grãos norte-americanos. O vencimento Jul/18 fechou em baixa mensal de 10,5% no dia 29, ao ser cotado a US$ 3,5025/bushel (US$ 137,89/t) e o contrato Set/18 recuou 10,2% em relação a maio, fechando a US$ a US$ 359,5/bushel (US$ 146,15/t).
Na B3, os contratos futuros de milho seguiram em forte em queda, ainda sob efeito da maior oferta. Os contratos Jul/18 e Set/18 recuaram 14,9% e 8,4% cada, ao fechar o pregão da sexta-feira, 29 a R$ 37/sc e a R$ 37,21/sc, respectivamente.