Os preços de milho estiveram em alta na maior parte de fevereiro, devido, principalmente, à necessidade de compradores de repor estoques de curto prazo e à menor oferta de milho 1º safra, por causa dos problemas climáticos e pelo ritmo aquecido das exportações durante alguns períodos do mês.
Quanto às as negociações no mercado interno, seguiram lentas, visto que produtores negociaram apenas lotes pequenos, no aguardo de maiores valorizações. A prioridade de agricultores no período foi com o andamento dos trabalhos de campo.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas/SP) registrou alta de 7,6% em fevereiro frente a janeiro, fechando a R$ 42,33/sc da 60 kg na quinta-feira, 28. A média do mês, de R$ 40,89/sc de 60 kg, é a maior, em termos nominais, desde agosto/18 (R$ 41,17/sc). Vale ressaltar que as preocupações com fretes e a redução de oferta do Centro-Oeste fizeram com que compradores realizassem parte das suas aquisições no mercado paulista em detrimento de outros estados.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea em fevereiro, houve alta de 6% no mercado de lotes (negociações entre empresas) e de 6,9% no de balcão (preços pagos ao produtor).
No front externo, em razão da demanda aquecida, o ritmo de exportação foi considerado alto para o período. Segundo colaboradores do Cepea, a procura por milho esteve mais aquecida especialmente por parte de países do Oriente Médio. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam que as saídas brasileiras de milho totalizaram 1,7 milhão de toneladas em fevereiro, aumento de 40% frente ao mesmo período do ano anterior.
Assim, as cotações nos portos brasileiros registraram forte recuperação. Em Paranaguá (PR), o milho se valorizou 7,9% no acumulado de fevereiro, a R$ 40,26/sc de 60 kg na quinta, 28.
INTERNACIONAL – Na CME Group (Bolsa de Chicago), os futuros registraram forte desvalorização, devido, principalmente, ao desempenho baixista do trigo (principal substituto na ração animal) e às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Nesse contexto, o contrato Mar/19 caiu 3,9%, fechando a US$ 3,62/bushel (US$ 142,51/t); o Maio/19 recuou 3,8%, fechando a US$ 3,7075/bushel (US$ 145,96/t). O contrato Jul/19 teve baixa de 3,4%, encerrando a US$ 3,795/bushel (US$ 149,4/t) na quinta-feira, 28.
CAMPO – O desenvolvimento das lavouras de milho foi beneficiado em fevereiro pelo clima de sol intercalado com chuvas. No Paraná, até o dia 26, a colheita teve avanço de 27 p.p. em relação ao mês anterior, atingindo 32% da área do estado. Já a semeadura da segunda safra segue avançando rapidamente. Segundo o Seab/Deral, 73% da área estimada para o cereal já havia sido implantada até terça-feira, 26, progresso mensal de 43 p.p. As atividades estão mais avançadas nas regiões oeste e sudoeste do estado.
O Departamento de Agricultura do Paraná (Deral), em sua estimativa mensal, divulgou leves mudanças em relação ao mês anterior. Para as lavouras de verão, foi realizada leve redução, em função da menor produtividade, atualmente projetada em 8,69 t/ha, levando a produção para 3,096 milhões de toneladas, redução mensal de 1 p.p.
No Rio Grande do Sul, as atividades ultrapassaram a metade, com o relatório da Emater indicando que 51% da área estadual já foi colhida, avanço de apenas 6 p.p. acima do verificado no mesmo período de 2018. Em Mato Grosso, a semeadura da segunda safra está sendo finalizada. Dados do Imea apontam que 95,85% da área estadual havia sido semeada até do último dia 6 de março, avanço mensal de 80,55 p.p.