Nos últimos dias, as cotações do mercado físico do milho no Brasil parecem ter ficado de lado. Os relatos são de poucos negócios e os produtores assustados com a queda de praticamente R$30,00/sc ou aproximadamente 36% em dois meses.
Internamente, os fatores para isto estão escancarados. Praticamente todas as consultorias projetaram uma safra cheia, com o tradicional déficit de armazenagem brasileiro. Isso não é segredo.
No entanto, parte dos produtores não tem visto notícias tão animadoras em relação à produção norte-americana. Este pode ser um dos fatores dessa lateralização ou falta de negócios no mercado físico recente.
Nesse texto breve, a intenção foi mostrar ao leitor quais são estas notícias não tão animadoras em relação a produção dos EUA que tem sido detalhada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), recentemente.
Veja abaixo o mapa do monitor da seca dos Estados Unidos:
Note que nas últimas duas semanas praticamente os mesmos pontos de preocupação de áreas secas no miolo do cinturão agrícola permanece.
Nesta dinâmica de mercado climático nos EUA, semanalmente, o relatório “Crop Progress”, que mostra as condições de lavouras tem ganhado mais notoriedade. Também nas últimas duas semanas, a parcela da safra considera “boas e excelentes” teve declínio. Da última semana de maio para a primeira semana de junho essa parcela caiu de 69,00% para 64,00%. Já da primeira semana de junho para a semana anterior houve mais uma piora das condições de 64,00% para 61,00%
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), nesta última terça-feira, cerca de 57% das lavouras norte-americanas de milho já estava sob áreas de alguma condição de seca. Veja no mapa abaixo.
Atualmente, estamos vivendo o “mercado de clima” dos EUA, que é um período que gera bastante volatilidade nos mercados.
Vale a pena reforçar também que a volatilidade é amiga daquele produtor, consumidor ou especulador que acompanha o mercado do milho. Isto porque ela gera janelas de oportunidade de preços a todos que precisam travar suas operações.
O mercado global está atento ao clima americano com razão e caso seu consumo ou venda da produção esteja a mercê das oscilações de preço também deveria estar.