Em abril, os preços do milho encerraram em baixos patamares frente ao período anterior. Até a terceira semana, as cotações do cereal estavam em forte queda nas principais regiões consumidoras, pressionadas por compradores e pela flexibilidade de vendedores. Mas, na última semana de abril, ainda que muitos demandantes tenham se afastado das aquisições indicando ter estoques, produtores também se retraíram, se mostrando firmes nos valores de venda, atentos ao desenvolvimento das lavouras e no aguardo de melhores oportunidades de negócios para exportação.
Assim, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) recuou 2,3% no acumulado do mês, fechando a R$ 39,40 sc de 60 kg no dia 30. A média mensal de abril, de R$ 39,92/sc de 60 kg, caiu 3,4% frente à de março. Nas médias das praças acompanhadas pelo Cepea, as baixas acumuladas foram de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,7% no de lotes (negociações entre empresas). O vencimento Mai/ 18 avançou 6,7%, a R$ 40,09/sc de 60 kg e o vencimento Jul/18 subiu 9%.
CAMPO – Quanto à segunda safra de milho, produtores estão receosos em relação ao clima no Paraná, São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Esse cenário se deve às possíveis quebras de produção para o grão, ocasionadas pela crise hídrica em abril. Desta forma, como precaução, produtores começam a desacelerar o ritmo de vendas. Em Mato Grosso e Goiás, por outro lado, há expectativa de maior produtividade, devido ao clima chuvoso que auxilia no desenvolvimento da cultura.
Segundo colaboradores do Cepea, a colheita da safra de verão no Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná caminha para reta final, favorecida pelo clima seco nessas regiões. De acordo com a Emater/RS, até o dia 3 de maio, faltavam ser colhidos cerca de 5% no Rio Grande do Sul. No Paraná, conforme o Seab/Deral, a colheita atingiu 90% até o dia 23 de abril.
MERCADO EXTERNO – Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereales, 32,5% das lavouras foram colhidas, resultando em ofertas de 32 milhões de toneladas. Apesar do retorno das chuvas, as lavouras seguem com rendimento abaixo do esperado.
Nos Estados Unidos, o ritmo de plantio segue lento. Segundo o USDA, até 30 de abril, a área semeada atinge 17%, atraso de 10% frente à média dos últimos cinco anos. A expectativa é de bom desenvolvimento das lavouras, reflexo do clima quente nos próximos dias, segundo as agências as climáticas.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos avançaram em abril, reflexo das especulações quanto ao clima e plantio nos Estados Unidos. Os vencimentos de Maio/18 e Jul/17 subiram ligeiros 1,2% e 1,1%, indo para US$ 3,925/bushel (US$ 154,52/t) e US$ 4,0075/bushel (US$ 157,77/t), respectivamente.
EXPORTAÇÃO – O volume embarcado pelo Brasil no primeiro quadrimestre de 2018 já é o dobro do registrado no mesmo período de 2017. Esse cenário é reflexo dos altos níveis de estoques da temporada passada. Segundo a Secex, as saídas totalizaram 4,99 milhões de toneladas contra 2,3 milhões de toneladas do ano anterior.
Para os próximos meses, a recente alta do câmbio deve favorecer a competitividade internacional do cereal brasileir brasileiro. No mês de abril, o Dólar acumulou alta de ,2% em relação ao Real, indo a R$ 3,506/US$ no dia 30.