As cotações de milho registraram forte alta na maior parte de outubro, mas o movimento altista perdeu força na última semana do mês. O aumento veio da demanda aquecida tanto no mercado interno como para exportação, além da forte restrição vendedora. Além disso, as condições climáticas desfavoráveis deram sustentação ao mercado. Isso porque a irregularidade das chuvas durante a maior parte de outubro dificultou o semeio da safra verão e pode atrasar as atividades da segunda safra em 2020. Na última semana do mês, porém, as elevações foram limitadas pela pressão de compradores, que encontram vendedores um pouco mais flexíveis para realizar novas negociações. Apesar das quedas verificadas nos últimos dias de outubro, no acumulado do mês, as altas ainda são consideráveis. Nas médias das regiões acompanhadas pelo Cepea, em outubro, os preços de balcão (pago ao produtor) subiram 9,5% e, no de lotes (negociações entre empresas), 8,9%. Em Campinas, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registrou avanço de 8,4% entre 30 de setembro e 31 outubro, fechando a R$ 41,97/saca de 60 quilos no último dia útil do mês.
Quanto à exportação brasileira de milho, foi registrada nova alta expressiva em outubro na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secex. O Brasil embarcou 6,1 milhões de toneladas em outubro, 97,6% acima dos 3,1 milhões de toneladas em 2018. Em relação a setembro de 2019, porém, o volume foi 5,6% menor. Os embarques aquecidos durante o mês ainda refletem os negócios antecipados. Isso porque predominaram a restrição vendedora e a disparidade entre valores de compradores e vendedores. Além disso, os preços no mercado interno estiveram elevados durante todo o mês. Quando comparadas as médias do Indicador (posto Campinas) com os preços nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), o Indicador supera em 2,3 Reais/sc a cotações do porto paranaense e 1,3 Real/sc a do porto paulista. No campo, as chuvas irregulares ainda preocupam produtores. No Paraná, a semeadura do cereal chegou na reta final em outubro. Segundo relatório do Seab/Deral, 92% da área total já havia sido implantada até o dia 28, e 86% apresentam boas condições, 11%, condições medianas e apenas 1% estava em situação ruim.
No Rio Grande do Sul, as lavouras do cereal apresentaram bom desenvolvimento, favorecidas pela combinação de chuvas e temperaturas mais amenas durante a noite, segundo relatório da Emater/RS divulgado em 31 de outubro. Ainda de acordo com a Emater, o cultivo do milho atingiu 72% do total da área prevista. Do cereal que está na lavoura, 98% estão em germinação ou desenvolvimento vegetativo e 2% estão em floração. No cenário internacional, as chuvas do final de outubro na Argentina melhoraram os níveis de umidade do solo. Segundo relatório da Bolsa de Cereais, até o dia 30, cerca de 40,2% da área nacional já havia sido semeada. Nos Estados Unidos, segundo o USDA, a colheita havia alcançado 41% da área nacional até o dia 28, bem abaixo da média dos últimos cinco anos, que foi de 61%. O relatório também indicou que, até 4 de novembro, 58% da safra norteamericana apresentava condição boa ou excelente, 30%, condição média e 3%, ruim e muito ruim. Quanto aos contratos futuros, reagiram de setembro para outubro, influenciados por preocupações com o clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Entre 30 de setembro e 31 de outubro, os vencimentos Dez/19 subiram 0,52%, fechando a US$ 3,90/bushel (US$ 153,53/t). O contrato Mar/20 recuou 0,19%, fechando a US$ 3,987/bushel (US$ 156,98/t) no dia 31.