As cotações internas de milho voltaram a avançar no acumulado de novembro. Durante o mês, os preços oscilaram, ora sustentados pela retração vendedora, ora pressionados pelo bom desenvolvimento das lavouras da safra verão. Porém, na maior parte do período, os valores estiveram em alta. A valorização esteve atrelada à retomada das compras no mercado interno – demandantes buscavam antecipar as aquisições e repor os estoques para o final do ano. No entanto, o baixo ritmo das exportações e as condições climáticas favoráveis em novembro deixaram parte dos compradores relativamente mais tranquilos. Desta forma, a média do Indicador se manteve praticamente estável frente à de outubro. Porém, no acumulado de novembro, a alta foi expressiva. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) subiu 10,7% entre 31 de outubro e 30 de novembro, fechando a R$ 37,81/sc de 60 kg no último dia do mês. Já a média de novembro foi apenas 0,4% superior à de outubro. Nos mercados de lotes (negociações entre empresas) e de balcão (preços pagos ao produtor), as cotações subiram 1,7% e 3,3%, respectivamente, no acumulado de novembro.
Vale lembrar que os preços de milho se comportaram de maneira regionalizada em novembro. Nos estados consumidores de São Paulo e de Santa Catarina, as cotações se mantiveram em alta na maior parte do período. Nesses estados, produtores não têm demonstrado interesse em negociar, uma vez que a maioria deles está capitalizada. Já na região Centro-Oeste, os valores oscilaram mais, conforme a demanda e a oferta da semana, mas fecharam o mês em alta, impulsionados pela procura paulista. No Sul do País, principalmente no Rio Grande do Sul, caíram significativamente, pressionados pelo bom andamento da safra verão. As atuais condições climáticas sustentam as estimativas de produtividade elevada, principalmente no Paraná e Rio Grande do Sul. Esse cenário favoreceu a retração compradora em novembro. Além disso, apesar do aumento dos embarques de milho em novembro, o volume exportado no acumulado do ano ainda é bem inferior ao registrado em 2017, reforçando o recuo desses agentes. Em novembro, as exportações de milho superaram os embarques do mesmo mês do ano passado pela primeira vez no ano, somando 4 milhões de toneladas, quantidade 25% maior que a de outubro e 13% superior à de novembro/17. Considerando o ano safra exportação (fev/18 a nov/18), o volume embarcado foi 29% menor que o do mesmo período de 2017.
CAMPO – Em novembro, as condições climáticas permitiram que os produtores se concentrassem no semeio de milho. No Paraná, as atividades foram encerradas na terceira semana do mês, conforme dados do Deral/Seab. Até o dia 26, 96% das lavouras implantadas estavam em boas condições e 4%, em condições médias. Quanto às fases de desenvolvimento, 3% estavam em frutificação, 77%, em desenvolvimento vegetativo, 19%, em floração, e 1%, em germinação. No Rio Grande do Sul, relatório da Emater divulgado no dia 28 indicou que 89% da área destinada à primeira safra 2018/19 (verão) já havia sido semeada, contra 98% no mesmo período de 2017. De acordo com o relatório, as boas condições climáticas em novembro aliadas ao elevado nível tecnológico utilizado nas lavouras têm proporcionado um excelente desenvolvimento à safra atual. Na Argentina, intempéries climáticas também alertaram produtores do cereal e, de acordo com a Bolsa de Cereales, o excesso de chuvas na segunda semana de novembro, as geadas e o granizo prejudicaram parte das lavouras. Já no final do mês, a melhora do clima favoreceu o desenvolvimento dos grãos e, mesmo com o ritmo lento, 38,2% da área havia sido semeada até o dia 27. A expectativa é a de que a área de milho alcance 5,8 milhões de hectares, 5,5% a mais que os 5,5 milhões de hectares da safra 2017/18. Nos Estados Unidos, a colheita alcançou 94% da área em novembro, de acordo com o USDA. Em relação às cotações externas, apesar do menor ritmo de embarques para a China, as exportações de milho para outros destinos e a expectativa de menor produção nos Estados Unidos sustentaram as cotações durante o mês (USDA). Na CME Group (Bolsa de Chicago), o vencimento Dez/18 avançou 0,9% em novembro, a US$ 3,665/bushel (US$ 144,284/t). Os contratos Mar/19 e Mai/19 subiram 0,5% e 0,3%, respectivamente, indo para US$ 3,7775/bushel (US$ 148,71/t) e US$ 3,85/bushel (US$ 151,57/t).