Caro(a) Trader,
Após o feriado do ano novo lunar chinês foi marcado a divulgação da balança comercial chinesa para esta sexta, indicador que pode dar o tom para os mercados no dia. Fora isto, esta semana foi mais calma de indicadores. Agora, se preparem para semana que vêm, pois estará repleta deles. Começa com o PIB do Japão no domingo a noite indo até a sexta-feira com PIBs na Europa, índices de preços na China, Europa e EUA, discurso de Janet Yellen do FED entre outros. Pode ser preciso operar com a agenda de indicadores aberta ao lado para não ser pego por alguma volatilidade adicional.
Quero falar hoje do Milho. Os fundamentos são muito próximas da soja , que escrevi na semana passada. O mercado físico também tem um peso relevante nas cotações na bolsa de Chicago (CBOT). Além disso, por sua produção ser sazonal (safras) e acontecer em momentos e locais diferentes, há volume significativo em contratos futuros mais longos. No CFD, temos sempre o vencimento mais curto (mar/17), mas em Chigaco, já há volume significativo de negociação para contratos com vencimento em set/17, por exemplo. Observar que, no Brasil, a produção principal do milho é na safrinha, onde a colheita geralmente acontece perto da do hemisfério norte. Este milho é plantado na esteira da colheita da soja, por isto é colhido tão tarde.
O nosso país é um grande player deste mercado. Somos o segundo maior exportador e terceiro maior produtor de milho do mundo. Na produção, estamos atrás dos EUA, em primeiro e da China, em segundo. Os dois também são os primeiros no ranking de consumo de milho, além do fato que a China ainda precisa importar para atender a sua demanda. Claro, como qualquer commodity, a oferta (produção) e demanda (consumo) são driver principal das cotações. Principalmente produção, visto que o consumo, por ser parte importante da nossa alimentação, é mais estável. Pode ser importante acompanhar os relatórios da USDA (United States Deparment of Agriculture) sobre expectativas de safras dos principais produtores. Também, pode ser interessante acompanhar as previsões do tempo, pois elas impactam na plantações e nas colheitas.
Assim como a soja, para quem não gosta de mercados muito frenéticos, poderá encontrar no milho cotações mais calmas e cadenciadas. Atentar que esta característica pode fazer com que o mercado não dê muitas chances. Em outras palavras, pode ser preciso aproveitar os preços de entrada e saída quando se apresentarem. Outros ativos, por serem mais líquidos, dão mais oportunidades ao revisitarem preços que já passaram. Interessante observar o horário de negociação do milho, que tem um intervalo mais ou menos no meio do dia para quem está seguindo horário de Brasília.
Passado pelos fundamentos, vamos ao gráfico. O milho está em tendência de alta iniciado no fundo formado na região do US$ 312,00. Tracei em vermelho um canal desta tendência, desde o fundo e os preços tem feito o zig zag acima do limite inferior do canal. No momento atual, suas cotações podem se aproximar do limite superior. Não há sugestões de entrada de compra nestes patamares. Caso houver uma correção e acreditar-se na continuidade da tendência, a região de preços acima do limite inferior e acima do suporte na região dos US$ 355,00, indicado pelo seta amarela, pode ser um ponto de entrada. O primeiro ponto de stop pode ser no mesmo suporte, dos US$ 355,00. Observar que se a correção acontecer sem romper a região dos US$ 370,50, poderá indicar um cansaço da tendência com a formação de um topo duplo.
Até a próxima semana e bons trades.
Por Leo Felipe Senger (Equipe Youtrading)