Publicado originalmente em inglês em 29/01/2021
Muitos investidores temem que as grandes empresas de tecnologia estejam perdendo fôlego depois de uma poderosa corrida de alta durante a pandemia. Esse temor, no entanto, parece infundado, já que alguns dos maiores players do setor superaram as expectativas.
Esses investidores evitaram as mega-ações de tecnologia nos últimos três meses, alocando seus recursos em papéis cíclicos e small caps, na esperança de que essas empresas se beneficiem mais com a reabertura da economia após a devastadora crise provocada pelos lockdowns.
Mas as ações de tecnologia parecem ser mais atraentes após superarem as estimativas dos analistas, em especial, três megaempresas que divulgaram resultados na semana passada.
Resumimos abaixo os recentes resultados trimestrais de três gigantes da tecnologia para mostrar que elas ainda têm tudo para continuar apresentando ganhos consistentes.
1. Microsoft
Em seu último balanço trimestral a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) revelou que suas vendas subiram 17%, superando as estimativas dos analistas, depois que essa gigante registrou forte demanda por seus serviços e ferramentas de software na nuvem para profissionais trabalhando em casa.
A receita no período encerrado em 31 de dezembro cresceu para US$ 43,1 bilhões, marcando o quarto trimestre seguido de crescimento de dois dígitos nessa métrica. A expansão nas vendas foi impulsionada pela divisão de computação na nuvem Azure, que viu suas receitas saltarem 50%.
Esse titã do software sediado em Washington se beneficiou da pandemia, na medida em que muitos profissionais foram forçados a ficar em casa e se conectar através dos aparelhos e serviços que a empresa vende.
Ao mesmo tempo, os clientes corporativos da Microsoft aceleraram a mudança para a nuvem, onde podem armazenar dados e rodar aplicativos pela internet, além de que as teleconferências se tornaram o novo padrão. Ao mesmo tempo em que os novos negócios da empresa crescem, seus produtos mais antigos também mostram resiliência.
As vendas de computadores pessoas dispararam no trimestre, impulsionando o sistema operacional Windows, enquanto a receita com jogos superou US$ 5 bilhões pela primeira vez em um único trimestre.
A previsão da empresa para cada uma das suas três unidades de negócios no trimestre que se encerra em março também ficou acima das projeções dos analistas, indicando que 2021 pode ser mais um alto espetacular para a gigante da tecnologia, cujas ações dispararam 41% no ano passado.
2. Netflix
A maior surpresa na atual temporada de balanços foi a gigante do streaming de vídeo Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34), que conseguiu provar que os céticos estavam errados novamente, apesar da forte concorrência.
A empresa superou a marca de 200 milhões de assinantes e disse que não precisaria mais tomar dinheiro emprestado.
A companhia agora gera caixa suficiente para pagar s por todos os seus filmes e programas de TV sem aumentar seu endividamento.
O espetacular crescimento da base de assinantes da Netflix ocorreu no momento em que os clientes dispunham de várias opções de serviços de streaming, como o Disney+, da Walt Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34); o Apple TV+, da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34); e o HBO Max, da AT&T (NYSE:T) (SA:ATTB34).
Essas empresas estão tentando capturar parte da participação de mercado da Netflix, que tem a vantagem de ser pioneira no setor.
Alguns analistas acreditam que será difícil desafiar a atratividade da Netflix em um mercado com ofertas tão medíocres. Os maiores concorrentes da empresa, como Walt Disney e AT&T, estão enfrentando dificuldades financeiras devido à pandemia.
Enquanto a Covid-19 continua dificultando a produção de filmes e programas televisivos, a Netflix possui atualmente mais de 500 títulos em pós-produção ou prontos para serem lançados na plataforma, segundo a empresa.
Na semana passada, ela revelou o lançamento semanal de uma nova programação de filmes na plataforma em 2021, de acordo com o Wall Street Journal. As ações da Netflix subiram 4% neste ano, depois de disparar 66% no ano passado.
3. AMD
A Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) (SA:A1MD34) novamente provou que está no caminho certo para roubar mais participação de mercado da sua maior rival, a Intel Corporation (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34), que enfrenta dificuldades para superar seus desafios de produção.
A AMD apurou um lucro líquido de US$ 1,78 bilhão (US$ 1,45 por ação) no quarto trimestre, em comparação com US$ 170 milhões (US$ 0,15 por ação), no mesmo período do ano anterior. A receita cresceu 53% para US$ 3,2 bilhões. Com fortes números de vendas ante o trimestre anterior, a fabricante de processadores sediada na Califórnia também fez projeções otimistas.
Sua receita no primeiro trimestre será de cerca de US$ 3,2 bilhões. A estimativa média dos analistas é de US$ 2,73 bilhões. Para 2021, a empresa projetou um crescimento de 37% nas vendas, bem acima das expectativas de Wall Street.
A AMD lutou por anos para sobreviver em um mercado dominado pela Intel, maior fabricante mundial de processadores.
O que fez a AMD se tornar uma grande marca foi sua estratégia de terceirizar sua produção e lançar processadores novos e mais rápidos antes da Intel. Isso fez com que a empresa ampliasse sua participação de mercado e impulsionasse suas ações nos últimos anos.
A AMD decolou cerca de 90% no ano passado, enquanto a Intel afundou 20% no mesmo período.