Mesmo com a perda no poder de compra do brasileiro, que viu sua renda cair e aumentar a informalidade, o comércio varejista está otimista para as vendas a serem fechadas no quarto trimestre.
Pela primeira vez, teremos Black Friday e Copa simultaneamente no mês de novembro.
A seleção brasileira de Neymar estreia contra a Sérvia, dia 24 de novembro, na véspera da Black Friday, dia 25 de novembro.
Cenário de pressão
Com um terceiro trimestre fraco em relação ao ritmo de vendas, a pressão recai sobre o desempenho a ser entregue no quarto trimestre.
Ações de varejo e consumo foram muito penalizadas, principalmente no primeiro e segundo trimestre do ano, mas agora essas empresas voltaram a chamar a atenção do investidor diante de um possível fim da alta de juros e, quem sabe, uma reversão do ciclo em um futuro próximo.
Em setembro, o Copom manteve a Selic em +13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de aperto das condições monetárias da sua história.
Expectativas do setor
Neste momento em que a inflação está perdendo força, com o cenário de deflação em várias categorias e a queda no desemprego, o varejo aponta suas expectativas para Copa e Black juntas.
O segundo semestre é historicamente conhecido como um período de alta nas vendas, em especial no quarto trimestre por conta da Black e de datas comemorativas (Natal e Ano Novo).
No entanto, oriento ter cautela na hora de investir em ações de varejo, pois não sabemos se o setor vai terminar 2022 num ritmo mais positivo.
Não temos histórico de vendas de dois eventos em um mesmo período. Mesmo sendo ano de Copa, é difícil afirmar que isso estimulará a demanda sem ofuscar a Black.
Não é o momento de assumir tantos riscos. Isso porque boa parte do consumo foi antecipado na pandemia [nos anos anteriores].
Em 2021, as compras de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos dispararam. Com isso, é pouco provável que o consumidor troque a TV agora, por exemplo, a menos que ganhe mais cashback ou descontos.
Afinal, o varejo está barato?
Sim. As ações de empresas de varejo estão baratas, porém o risco de investimento ainda é muito grande.
Particularmente, não recomendamos ações de varejo por entender que o risco-benefício ainda não é tão vantajoso. Entretanto, gostamos de acompanhar de fora empresas como a Vivara (BVMF:VIVA3), que atua em um segmento do varejo de luxo e tende a performar melhor, uma vez que a companhia não briga por “preço”, como no varejo tradicional.