Nas últimas semanas, desde que o preço caiu muito, venho aprofundando meus estudos sobre o bitcoin, que é a primeira, mais consolidada e maior criptomoeda em capitalização de mercado.
Alguns fatores que ajudam a explicar o sucesso das criptomoedas e talvez motivem a diversificação nesses ativos, como uma parte pequena e residual do meu portfólio, algo como 1%, considerando sua imensa volatilidade, e a chance de, no limite, zerar o valor investido.
Compartilho com vocês a trilha de acontecimentos que, acredito eu, tenham ajudado na expressiva valorização da criptomoeda e que, talvez, continuem levando adiante o fenômeno.
Tudo começa com o maior acesso à rede.
A digitalização e o acesso à tecnologia ampliaram muito a disseminação de informação, e os investidores de varejo estão cada vez mais informados sobre as opções de investimentos.
O acesso à mais variada gama de investimentos está à disposição a um clique de distância, por meio de plataformas de investimento e fintechs, hoje amplamente aceitas pelo varejo.
O amplo acesso encontrou a conjuntura perfeita para florescer, com o rendimento muito baixo de investimentos tradicionais, devido à queda das taxas de juros - a maioria dos países hoje tem taxas de juros negativa em termos reais, descontada a inflação.
A demanda dos investidores de varejo por investimentos alternativos, que não se resume às criptomoedas, mas engloba também o crowdfunding, por exemplo.
O bitcoin, por característica intrínseca, estaria blindado da interferência em seus preços por decisões políticas ou por injeções de liquidez de bancos centrais, uma vantagem em relação às moedas fiduciárias, cuja confiança (que faz elas terem valor, dado que não tem lastro) foi abalada com a impressão de dinheiro para combater os efeitos econômicos do coronavírus.
Para frente, cerca de US$ 70 trilhões vão passar das mãos dos baby boomers para as gerações mais novas, que nasceram em meio à tecnologia, são super dispostas a mudanças e devem facilmente aceitar a utilização dos criptoativos, que são globalmente acessíveis, de porte fácil.
Com tudo isso, o crescimento do número de usuários de carteiras multiplicou-se 5,8 vezes de 2016 a 2020, um crescimento muito superior ao número de usuários de plataformas de sucesso como Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34), Uber (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) ou Amazon Prime (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34).
As poucos, o BTC começa a integrar cada vez mais a vida das empresas e o sistema financeiro.
Algumas empresas grandes e listadas em Bolsa adicionaram no início de 2021 o bitcoin em sua gestão de caixa, como o Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34), e outras já aceitaram as criptos como pagamento, como a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34). O PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34) oferece a compra, venda e armazenamento de BTC para seus 300 milhões de usuários.
As ações da Coinbase (NASDAQ:COIN), a maior corretora de criptomoedas dos EUA, subiram mais de 70% no início do pregão de seu IPO, e a empresa atingiu um valor de mercado de cerca de US$ 80 bilhões e, mais recentemente, em junho de 2021, El Salvador anunciou o bitcoin como moeda oficial do país, juntamente com o dólar.
Não sei se as criptomoedas chegarão, de fato, a ser as moedas do futuro adotadas em todo o mundo, mas o seu crescimento – não apenas de valor, mas de penetração na economia na nossa vida – é inegável.