Janeiro termina com a marca da volatilidade em nível global, onde os ativos responderam à agora certeza de que o Federal Reserve vai findar o processo de compra e recompra de ativos, para então iniciar a normalização de juros.
Especulou-se muito e ainda se especula quando o processo será deflagrado e com qual intensidade e além disso, o próprio Fed se mostrou hawkish ao indicar a necessidade de reversão da atual política e elevação de juros, porém não sinalizou com firmeza quando o processo se inicia.
Neste cenário, o Brasil conseguiu estranhamente se beneficiar de um fluxo intenso de capital estrangeiro, no que pode ser um misto de hedge global de inflação, dada a nossa bolsa altamente descontada em comparação com nossos pares, câmbio desvalorizado e juros altos o suficiente para criar um carry trade decente.
Nossa bolsa chegou a testar os 101.000 pontos e a depender da última sessão do mês, tende a fechar com alta superior a 5% no período, um feito interessante, dado termos sido preteridos por seis meses seguidos pelos investidores globais.
A semana reserva a série de dados típicos de início de mês, com especial atenção à decisão do COPOM, onde equilibramos quase igualmente a possibilidade de elevação de juros de 125 e 150 bp, em meio à desaceleração econômica e alívio dos dados de inflação mais recentes.
É possível que o COPOM repita o cenário quase trágico desenhado na reunião anterior para justificar a manutenção da taxa contratada há 45 dias, porém existem elementos suficientes para que sua postura não precise ser tal beligerante.
Chamam a atenção também os dados do mercado de trabalho nos EUA, o qual recebeu especial atenção de Powell em seu último discurso, ao citar que o país passa pela situação de possuir mais vagas em aberto do que desempregados, o que seria a resolução da metade do duplo mandato do Fed.
Em meio à comunicação difusa, a atenção se volta novamente aos dados econômicos americanos e com que força a atividade pode abreviar ou adiantar o processo de elevação de juros, por isso foco também nos PMIs e ISMs.
Atenção hoje aos dados do setor público consolidado e ao CAGED de dezembro.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, fechando o mês de volatilidade dos ativos globais.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, liderados pela alta nas bolsas japonesas e com exceção dos mercados na China, dado o feriado do ano novo lunar.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto o minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com a sétima semana consecutiva de alta, em meio a temores de menor oferta, melhor mês desde fevereiro de 2021.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,21%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3811 / -0,54 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,197%
Dólar / Yen : ¥ 115,45 / 0,148%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / 0,306%
Dólar Fut. (1 m) : 5390,64 / -0,79 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,25 % aa (1,91%)
DI - Janeiro 24: 11,78 % aa (0,21%)
DI - Janeiro 26: 11,26 % aa (0,18%)
DI - Janeiro 27: 11,33 % aa (0,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6229% / 111.910 pontos
Dow Jones: 1,6530% / 34.725 pontos
Nasdaq: 3,1289% / 13.771 pontos
Nikkei: 1,07% / 27.002 pontos
Hang Seng: 1,07% / 23.802 pontos
ASX 200: -0,24% / 6.972 pontos
ABERTURA
DAX: 1,048% / 15479,45 pontos
CAC 40: 0,510% / 7001,42 pontos
FTSE: 0,076% / 7471,72 pontos
Ibov. Fut.: -0,63% / 112298,00 pontos
S&P Fut.: 0,03% / 4424,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,734% / 14505,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,05% / 108,27 ptos
Petróleo WTI: 0,70% / $87,42
Petróleo Brent: 0,88% / $90,82
Ouro: -0,09% / $1.790,28
Minério de Ferro: -0,68% / $130,81
Soja: 1,31% / $1.488,50
Milho: 0,63% / $639,50
Café: -0,21% / $235,55
Açúcar: 0,27% / $18,17