Outubro se despede amanhã (31), com o mês do Halloween fazendo travessuras no mercado financeiro. Até a última sexta-feira (27), o Ibovespa amargava perdas de 2,8%, enquanto o dólar está um pouco mais caro, sem forças para se firmar abaixo de R$ 5,00.
A mais recente traquinice foi feita pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os mercados domésticos não gostaram nada do desdém do governo com os compromissos fiscais e castigaram os ativos locais. A fala do presidente de que a meta de 2024 não precisa ser zero azedou o apetite por risco.
Cabe agora ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adoçar o discurso, resgatando o compromisso de equilibrar as contas públicas. Mas vai depender do que for acertado em reunião entre os dois logo cedo, às 9h, ao lado da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
Decisões do Fed e BC em destaque
De qualquer forma, os investidores iniciam a semana tentando embelezar as carteiras e já ajustando posições para novembro, que começa em plena quarta-feira (1). Mas o tempo de preparação será curto. Afinal, o feriado no Brasil na quinta-feira (2) fecha os negócios.
Mas nem por isso a semana será menos agitada nos mercados. Isso porque o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) voltam a se reunir no mesmo dia, com um intervalo de poucas horas, na quinta Super Quarta do ano - em dezembro tem mais.
A decisão de juros nos Estados Unidos e por aqui concentra as atenções. Enquanto lá fora os investidores estão convictos de que o Fed irá manter a taxa no patamar atual, de 5,25% a 5,50%; a expectativa é de que o Copom mantenha o plano de voo, reduzindo a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual (pp).
Porém, se de um lado o Banco Central brasileiro deve manter a velocidade de cruzeiro, prevendo reduções no juro básico na mesma magnitude nas próximas reuniões; de outro, há dúvidas quanto ao fim do ciclo de aperto pelo Fed. As apostas ainda indicam uma alta residual ainda em 2023, sem previsão de cortes no início de 2024
Semana também tem dados e balanços
Além do Fed e do Copom, os bancos centrais do Japão (BoJ) e da Inglaterra (BoE) também anunciam suas decisões de juros, hoje à noite e na quinta-feira, respectivamente. Entre os indicadores, dados de atividade na China e na Europa saem ao longo da semana.
Já nos EUA o foco se divide entre números sobre o emprego e a temporada de resultados. O balanço da Apple (NASDAQ:AAPL), na quinta, e o payroll, na sexta-feira (3), estão no radar. Por aqui, a safra também continua, com destaque para Ambev (BVMF:ABEV3), amanhã cedo. Hoje tem as redes de supermercados Assai (ASAI3 (BVMF:ASAI3)) e Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3), após o fechamento.