A terça-feira (7) começou agitada já do outro lado do mundo, onde o Banco Central da Austrália (RBA) aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto para 4,35%, conforme esperado, e a China registrou alta de 3% nas importações em outubro, no primeiro avanço anual desde fevereiro e contrariando a previsão de queda de quase 5%.
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Já as exportações caíram pelo sexto mês seguido, em 6,4% e mais que o esperado (-3,3%). Em reação, as bolsas da Ásia fecharam no vermelho e as principais commodities industriais também recuam, contaminando a abertura do pregão na Europa e sinalizando um dia negativo em Nova York. Mas o dia ainda promete, especialmente por aqui.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deve tratar dos riscos externos e trazer alertas fiscais, mas sem alterar o plano de voo para a taxa Selic. No Congresso, a reforma tributária avança para a última etapa, na CCJ, antes de ir ao plenário do Senado, enquanto a Câmara vota à tarde o relatório prévio da LDO de 2024.
Nesse entretempo, merecem atenção as articulações políticas em Brasília, em meio ao debate da meta fiscal, bem como as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que ainda tenta ganhar tempo para negociar a arrecadação de receitas e manter a promessa de déficit zero.
Mercado aberto para balanços
Ainda assim, o Ibovespa parece pouco se importar com a polêmica fiscal e mantém o apetite por risco, com os investidores acreditando em um rali de Natal, à medida que mantêm o mantra de cortes nos juros - inclusive pelo Federal Reserve - sem recessão nem guerra - mundial, em ambos os casos.
Aliás, o ataque terrorista do Hamas completa hoje um mês, com a Faixa de Gaza dividida em duas (norte e sul) pelo Exército de Israel e o barril do petróleo cada vez mais distante da marca de US$ 100.
Além disso, o noticiário corporativo também está no radar. O Itaú (BVMF:ITUB4) registrou o maior lucro líquido da história, em valores nominais, no período acumulado em nove meses entre bancos listados na B3 (BVMF:B3SA3). No after hours em NY, porém, os ADRs caíram 2,5%. Vale (NYSE:VALE) e Petrobras (NYSE:PBR) recuam no pré-mercado, em meio à queda do minério de ferro e do petróleo.
Na safra de balanços, destaque para os resultados da Eletrobras (BVMF:ELET3). Aliás, os esforços da Enel (BIT:ENEI) para restabelecer completamente a energia após o temporal que atingiu o Estado de São Paulo põem não apenas o setor elétrico sob os holofotes. A demora no serviço eleva as incertezas sobre a privatização da Sabesp (BVMF:SBSP3).