Foram 100 bp conforme o esperado.
O Banco Central não surpreendeu na decisão, porém embutiu alguns pontos importantes no comunicado a serem esmiuçados na ata da próxima semana e, além disso, contratou mais uma elevação de juros para 6,25% aa na próxima reunião.
Este último ponto pode ser considerado a maior surpresa da decisão, pois ainda que houve certa divisão sobre a necessidade de elevação de 100 bp, o próximo movimento não foi deixado em aberto, restando ao mercado se adaptar a tal cenário.
Prevemos ainda mais uma elevação de 100 bp, ponto em que o Banco Central estará mais confortável ao menos com a questão climática, citada como um dos grandes fatores de preocupação, como sentirá os efeitos da política monetária sob o câmbio e consequentemente, do câmbio sob a inflação.
Por enquanto, mantemos nossa projeção neste ponto, 7,25% aa, acima da taxa histórica de 6,5% estabelecida pelo mandato de Ilan Goldfajn e acima daquilo que se pode considerar juro neutro, em que o BC deve tomar todo o cuidado para não afetar demais o custo do crédito, ao ponto de afetar a retomada da atividade econômica.
Um dos pontos mais relevantes é algo que temos citado aqui de maneira quase que constante em nossos relatórios: esta inflação não é tão temporária quanto gostariam os membros do COPOM e suas características já avisavam isso mesmo antes da disparada de preços.
O choque de oferta está aí desde o ano passado; o câmbio prepondera no conjunto das medidas de preços no Brasil; a alta nas commodities nem de longe era um efeito inesperado, dadas as perspectivas de crescimento econômico global; a elevação dos núcleos também, com o processo vacinal acelerado; e por fim, contar com estabilidade política, no Brasil, é ilusão.
Portanto, o que ‘surpreendeu’ em termos de resiliência da inflação, de surpresa não tinha nada, ainda que o caminho seguido pela autoridade monetária em termos de taxa estivesse correto: o problema era a comunicação, que se afastava da realidade.
No meio do caminho ainda há a recuperação econômica e o impacto na inflação subjacente (núcleo), porém nem de longe este é o maior problema para o controle de preços, dado o comportamento do diversos itens altamente sensíveis nas medidas inflacionárias, o problema continua a ser os elementos não controláveis por política monetária.
Neste momento, uma possível valorização do Real seria importante, pois em meio ao movimento global do dólar e nossos pares internacionais, nossa moeda deveria estar substancialmente abaixo dos R$ 5,00.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com investidores reagindo a grandes balanços e dados de emprego nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, com ações de empresas chinesas de jogos online voltando a ficar sob pressão.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até os 5 anos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com o aumento de tensões no Oriente Médio.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,56%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1694 / -0,54 %
{{!|Euro / Dólar}} : US$ 1,18 / 0,042%
Dólar / Yen : ¥ 109,54 / 0,046%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,259%
Dólar Fut. (1 m) : 5211,96 / -0,23 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 7,43 % aa (0,61%)
DI - Janeiro 23: 7,88 % aa (-0,13%)
DI - Janeiro 25: 8,78 % aa (-0,11%)
DI - Janeiro 27: 9,10 % aa (-0,11%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,4367% / 121.801 pontos
Dow Jones: -0,9219% / 34.793 pontos
Nasdaq: 0,1304% / 14.781 pontos
Nikkei: 0,52% / 27.728 pontos
Hang Seng: -0,84% / 26.205 pontos
ASX 200: 0,11% / 7.511 pontos
ABERTURA
DAX: -0,005% / 15691,38 pontos
CAC 40: 0,349% / 6769,75 pontos
FTSE: 0,007% / 7124,64 pontos
Ibov. Fut.: -1,40% / 121928,00 pontos
S&P Fut.: 0,253% / 4405,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,257% / 15107,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,07% / 94,92 ptos
Petróleo WTI: 0,54% / $68,44
Petróleo Brent: 0,72% / $70,75
Ouro: 0,00% / $1.811,89
Minério de Ferro: -0,54% / $182,51
Soja: -0,45% / $1.397,25
Milho: 0,55% / $548,25
Café: -0,40% / $175,10
Açúcar: 0,22% / $17,99