Apesar da incerteza sobre quando o Federal Reserve irá cortar os juros - se em maio ou em junho, agora que março não dá mais tempo - a temporada de balanços dita o ritmo dos mercados. Os resultados dos bancos negociados na B3 - hoje tem Bradesco - e das empresas listadas no S&P 500 animam os investidores.
Mas essa empolgação pode estar com os dias contados. Afinal, a bolsa brasileira entra na contagem regressiva para a pausa do carnaval, o que interrompe os negócios locais no início da semana que vem e deve esvaziar o pregão já a partir desta sexta-feira (9), quando começam os desfiles das escolas de samba no sambódromo do Anhembi.
A folia deve continuar até o meio-dia da Quarta-feira de Cinzas (14). Já a China, que ontem alegrou os ativos emergentes, sai de cena a partir de amanhã (8) para celebrar a chegada do ano 4722, que será regido pelo dragão. A Bolsa de Xangai permanecerá fechada por mais de uma semana, enquanto Hong Kong não funciona nos mesmos dias que a B3 (BVMF:B3SA3).
Agenda traz realidade
Toda essa simbologia das fantasias e da figura mítica do animal que representa poder e vigor, deixando para trás o dócil coelho, esconde as dúvidas que pairam nos mercados. Afinal, o enredo dos dirigentes do Fed não empolga os foliões-investidores, com as marchinhas conduzidas por Jerome Powell sendo repetitivas. A vibração pode mudar só depois das férias de verão.
Talvez, por isso, os investidores não dão ouvidos e seguem ao ritmo do samba de uma nota só para manter o bom humor, deixando os ajustes e a correção técnica para depois. Como se diz, o ano novo só começa depois do carnaval, mas do outro lado do mundo inicia já no sábado (10). E em algum momento o otimismo perde espaço para a dura realidade.
Aliás, nesta quarta-feira (7) mais Fed boys & girls sambam na avenida e devem repetir o refrão. Entre os balanços, aqui tem Klabin (BVMF:KLBN11), Alpargatas (BVMF:ALPA4) e Totvs (BVMF:TOTS3), além da Walt Disney (NYSE:DIS) lá fora. Também merecem atenção o desempenho das vendas no varejo nacional no mês do Natal (9h), além dos dados da balança comercial brasileira e norte-americana.