A tensão com as inflações fortes e acima das expectativas não terminou ontem com a divulgação do IPCA no Brasil e o CPI nos EUA, pois a inflação ao atacado no Japão também superou em muito as projeções dos analistas, com alta de 1,2% ao mês, quando o projetado era 0,4% e 8% em 12 meses, projetado 7%.
A última vez em que o Japão experimentou tal elevação foi em 1980 e um breve pico abaixo disso em 2009, portanto, o contexto global de inflação, seja ao varejo ou atacado, continua fortemente pressionado após a pior fase da pandemia.
Politicamente, a inflação é tão perversa quanto é péssima à população, pois dada sua percepção altamente democrática, ou seja, ainda que de modo desproporcional, ela atinge todas as classes sociais e obviamente, a culpa recai nos governos, ainda que exista sim uma parcela de responsabilidade, aqui e lá fora.
Passadas as inflações, o foco se volta às vendas ao varejo no Brasil, com expectativa de um setembro que pode inclusive surpreender as medianas do mercado, em vista aos dados setoriais mais recentes positivos, em contraste com a mediana que projeta queda para o período.
Todavia, um resultado levemente negativo ou positivo tende a se tornar um dos últimos respiros no curto prazo, dada a adoção da política de juros restritiva por parte do Banco Central, de forma a debelar uma inflação que tem um caráter fortemente resistente ao aperto da política monetária.
Ou seja, para debelarmos uma inflação que primariamente é de oferta, algo com pouca margem de manobra, depois é de câmbio, algo que a política tem seu peso redobrado, vamos matar a insipida reação da inflação de núcleo, puxada pela retomada da atividade econômica de forma ainda tímida, com as reaberturas. Em resumo, ‘tiro de canhão para matar mosca’ e com possibilidade da ‘mosca’ sair voando e nem ser atingida.
No restante, o país aguarda a votação no senado da PEC dos Precatórios, o calote institucionalizado, de forma a abrir espaço para novos programas de auxílio econômico aos mais vulneráveis e se possível, as famosas emendas parlamentares na proximidade com o pleito majoritário, ou seja, tudo bem Brasil.
No exterior, o foco fica na Evergrande, após vários detentores de títulos receberem pagamentos de cupom da empresa, o que disparou as ações em Hong Kong.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com incerteza quanto aos dados inflacionários mais fortes nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados em positivos, puxados pelas ações da Evergrande, após o pagamento de diversos bonds.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo abre em leve alta em Londres e Nova York, apesar dos sinais de que os EUA devem liberar ainda mais reservas estratégicas.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -4,27%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,498 / 0,23 %
Euro / Dólar : US$ 1,15 / -0,105%
Dólar / Yen : ¥ 114,03 / 0,141%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,067%
Dólar Fut. (1 m) : 5511,22 / 0,28 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,27 % aa (-0,18%)
DI - Janeiro 23: 12,20 % aa (0,54%)
DI - Janeiro 25: 11,83 % aa (-0,17%)
DI - Janeiro 27: 11,67 % aa (-0,43%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4097% / 105.968 pontos
Dow Jones: -0,6609% / 36.080 pontos
Nasdaq: -1,6607% / 15.623 pontos
Nikkei: 0,59% / 29.278 pontos
Hang Seng: 1,01% / 25.248 pontos
ASX 200: -0,57% / 7.382 pontos
ABERTURA
DAX: 0,049% / 16075,65 pontos
CAC 40: 0,194% / 7058,81 pontos
FTSE: 0,327% / 7364,17 pontos
Ibov. Fut.: 0,39% / 106583,00 pontos
S&P Fut.: 0,34% / 4657,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,635% / 16072,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,47% / 102,50 ptos
Petróleo WTI: 0,71% / $81,26
Petróleo Brent: 0,76% / $82,84
Ouro: 0,67% / $1.861,56
Minério de Ferro: 3,20% / $92,19
Soja: -0,29% / $1.200,00
Milho: -0,26% / $567,00
Café: 1,03% / $207,20
Açúcar: 0,82% / $19,70