Os Bancos Centrais esta semana foram em profusão mais hawkish, em meio à escalada global da inflação e contínuas retomadas da atividade econômica, mesmo em meio ao movimento pandêmico em voga.
Dos 22 bancos centrais anunciando decisões de juros nesta semana, 10 decidiram por elevações, com surpresas como no Banco da Inglaterra, alguns devem decidir ainda hoje suas taxas e a usual volatilidade turca, cortando os juros de 17% para 14% aa.
A Rússia elevou, agora a poucos, seus juros em 100 bp para 8,5% aa, de modo a debelar as pressões inflacionárias que assolam o mundo todo, com o conjunto inevitável de choque de oferta, retomada da atividade econômica, apesar de novas variantes virais e especulações globais com energia.
O elemento de ausência de chuvas que atingiu o hemisfério sul na metade do ano, como resultado do El Niño dissipou em grande parte e o retorno das chuvas agora é mais intenso nesta região do planeta, ainda que La Niña esteja previsto para atingir o extremo sul do planeta.
Este cenário de apertos gerais e de retirada gradual de estímulos traz sempre a perspectiva de que o “flight to quality” vai também enxugar a liquidez global, inverter o fluxo de capitais para as economias centrais e reduzir o ímpeto dos mercados.
Sim, há uma década, tal premissa ainda estaria em voga, porém repetimos: o que os bancos centrais fizeram com a liquidez na última década transformou quase completamente o comportamento dos investidores e o apetite pelo prêmio de maior risco.
Converter tal comportamento ao mesmo que se observou há mais de 10 anos não é algo fácil de se fazer, especialmente com a enorme série de novos modais de investimentos e acesso muito mais facilitado aos mercados internacionais por praticamente todos os investidores.
Em termos de agenda macroeconômica, tudo de relevante a ser divulgado já ocorreu hoje, com o IPC da Fipe aos 0,56% (Infinity: 0,58%), inflação ao varejo anual na Zona do Euro sendo a maior da história do bloco, vendas ao varejo fortes no Reino Unido e índice IFO na Alemanha mais modesto em todos os aspectos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com mercados em modo de venda acionado.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, puxados pelas quedas intensas no ocidente, após decisões dos BCs.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e paládio.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com temores sobre a pandemia afetar novamente a demanda energética.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,99%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6876 / 0,04 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,044%
Dólar / Yen : ¥ 113,52 / -0,070%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / -0,023%
Dólar Fut. (1 m) : 5686,44 / -0,96 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 11,71 % aa (2,09%)
DI - Janeiro 24: 10,98 % aa (0,97%)
DI - Janeiro 26: 10,49 % aa (0,91%)
DI - Janeiro 27: 10,49 % aa (0,96%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8332% / 108.326 pontos
Dow Jones: -0,0829% / 35.898 pontos
Nasdaq: -2,4744% / 15.180 pontos
Nikkei: -1,79% / 28.546 pontos
Hang Seng: -1,20% / 23.193 pontos
ASX 200: 0,11% / 7.304 pontos
ABERTURA
DAX: -0,829% / 15506,71 pontos
CAC 40: -0,928% / 6940,05 pontos
FTSE: 0,144% / 7271,05 pontos
Ibov. Fut.: 0,89% / 109835,00 pontos
S&P Fut.: -0,30% / 4654,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,621% / 15746,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,56% / 96,49 ptos
Petróleo WTI: -1,42% / $70,98
Petróleo Brent: -1,47% / $73,66
Ouro: 0,42% / $1.807,56
Minério de Ferro: 1,35% / $111,19
Soja: 0,25% / $1.278,50
Milho: -0,17% / $590,00
Café: -0,19% / $236,95
Açúcar: -1,08% / $19,18