A inflação, não à toa, já é o “tema da moda” na imprensa, em especial com resultados como os observados ontem do IPC-Fipe semanal aos 1,40% e do IPCA-15 de 0,89%, a maior taxa desde 2002 e no topo das projeções dos analistas.
Politicamente, este é o pior cenário para qualquer mandatário, inclusive fora da alçada federal, pois a culpa da elevação de preços pode ser dividida em diversos aspectos, mesmo que uma grande parcela dela seja de origem externa.
Mais do que o desemprego, a inflação chama mais atenção pelo seu caráter democrático, pois atinge a todos com igualdade, separando as classes por aqueles que conseguem melhor se proteger da mesma.
Com tal peso político elevado, o ministro Guedes fornecer a manchete de “Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?", demonstra no mínimo insensibilidade no discurso com aqueles que são sempre os mais afetados pela inflação, os mais pobres.
É óbvio se entende o que o ministro disse, pois é consequência da crise hídrica que atinge não só o Brasil, mas parte do cone sul do planeta e contra ela o Operador Nacional Do Sistema Elétrico já alertou que quase nada pode ser feito, pois a previsão de chuvas é cada vez mais escassa.
Todavia, em meio à polaridade política, proximidade de eleições, os efeitos da inflação na redução da renda e o consequente aperto de juros, é a hora de, sim, ter maior sensibilidade política no discurso.
Nem mesmo indicadores positivos superam a sensibilidade criada pela inflação, como a arrecadação de ontem, a qual bateu recorde não somente pelo impacto inflacionário, mas como uma reação verdadeira da economia, assim como a criação de postos de trabalho que deve ser divulgada hoje, que se unem a uma serie positiva de dados de atividade econômica.
Neste contexto, reside a importância do governo buscar em uma agenda propositiva e concisa a estabilidade que o mercado financeiro e a economia real demandam e deixar de lado o expediente conflitivo, o qual não possui aderência em grande parcela da população, e nem é unanimidade entre os apoiadores do presidente.
No cenário de hoje, atenção aos custos de construção e CAGED no Brasil e o PIB americano, além da continuidade do simpósio de Jackson Hole, onde os investidores aguardam com cautela, mas sem grandes esperanças de sinais.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelo simpósio de Jackson Hole.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após a alta de juros na Coreia do Sul.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à platina e paládio.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com contínuos temores com a piora da pandemia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,87%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,2149 / -0,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,034%
Dólar / Iene : ¥ 110,14 / 0,109%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / -0,145%
Dólar Futuro: 5213,75 / -0,81 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,99 % aa (0,13%)
DI - Janeiro 23: 8,45 % aa (0,36%)
DI - Janeiro 25: 9,41 % aa (-1,88%)
DI - Janeiro 27: 9,79 % aa (-2,10%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 0,5049% / 120.818 pontos
Dow Jones: 0,1110% / 35.406 pontos
Nasdaq: 0,1469% / 15.042 pontos
Nikkei: 0,06% / 27.742 pontos
Hang Seng: -1,08% / 25.416 pontos
ASX 200: -0,54% / 7.491 pontos
Abertura
DAX: -0,614% / 15763,24 pontos
CAC 40: -0,426% / 6648,06 pontos
FTSE 100: -0,417% / 7120,31 pontos
Ibovespa Futuros: 0,53% / 121453,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,232% / 4492,90 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,244% / 15332,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,35% / 94,43 ptos
Petróleo WTI: -0,76% / $67,71
Petróleo Brent: -0,89% / $71,62
Ouro: -0,29% / $1.786,60
Minério de Ferro: 2,28% / $159,92
Soja: 0,26% / $1.349,00
Milho: -0,18% / $549,50
Café: -0,03% / $184,00
Açúcar: -0,76% / $19,59