Em estilo semelhante ao o que aconteceu no Brasil na quarta-feira, o mercado ontem foi fortemente influenciado por declarações de membros de bancos centrais, mais especificamente, James Bullard, do Fed de St. Louis.
Num tom hawkish, semelhante ao utilizado por Bruno Serra em suas declarações recentes aqui no Brasil, Bullard advogou por um impacto maior nos juros já no curto prazo, largando em 50 bp na próxima reunião e atingindo 100 bp (1%) total de alta até julho, ou seja, elevando em duas reuniões.
Diferente do que acontece no Brasil, o Fed tem sido extremamente leniente com a inflação e ainda que seja notório que parte dela dificilmente responde à política monetária mais dura, como no caso do choque de oferta, há uma parcela significativa nos EUA que é resultado da emissão de moeda.
Relembrando uma declaração não muito antiga de Powell, ele cita que o Fed “imprimiu” toneladas de dinheiro virtual e pôs na economia, assim como imprimiu dinheiro real para enviar aos Feds regionais.
Ou seja, não é somente o programa de alívio quantitativo - que é o processo de manutenção de liquidez através da compra e recompra de títulos - que tem impactado a inflação nos EUA, é o famoso “grana na veia” que cria esta enorme distorção e gera consequências em nível global.
Assim como outros BCs, notadamente o BCE, a tentativa na verdade soa como a adoção de um programa com pouco fundamento econométrico e altamente hipotético (sequer teórico) fundamentado em teorias monetárias modernas (MMT), o qual notadamente não funcionou e os banqueiros centrais tem a esperança de que a inflação ceda sozinha, para justificar a inação por tanto tempo.
Infelizmente para eles e para o mundo, a inflação não cede sem intervenções de política monetária e membros dentro dos BCs externam constantemente suas preocupações com tal leniência e nas consequências do movimento.
A Alemanha hoje registrou uma inflação ao atacado de 2,3% em janeiro, levando a 16,2% em 12 meses, com 0,4% de varejo, 4,9% em 12 meses e o índice harmonizado de 0,9%, 5,1% em 12 meses ou seja, a maior inflação do índice, que inicia em 1968.
Neste cenário, os exageros ocorrem em ambas as pontas, a exemplo do nosso BC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após os elevados dados de inflação nos EUA e a fala de Bullard. Brasil aguarda IBC-BR de dezembro.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, reagindo aos dados de inflação nos EUA, somente o Nikkei registrou alta.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, queda, destaque à prata, minério de ferro e o cobre.
O petróleo abre em leve alta em Londres e Nova York, com preocupações de inflação nos EUA, e queda semanal de preços.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2496 / 0,30 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,341%
Dólar / Yen : ¥ 116,05 / 0,026%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / -0,030%
Dólar Fut. (1 m) : 5258,41 / 0,30 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,35 % aa (1,94%)
DI - Janeiro 24: 11,84 % aa (0,98%)
DI - Janeiro 26: 11,23 % aa (0,90%)
DI - Janeiro 27: 11,30 % aa (0,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8060% / 113.368 pontos
Dow Jones: -1,4719% / 35.242 pontos
Nasdaq: -2,1030% / 14.186 pontos
Nikkei: 0,42% / 27.696 pontos
Hang Seng: -0,07% / 24.907 pontos
ASX 200: -0,98% / 7.217 pontos
ABERTURA
DAX: -0,785% / 15368,92 pontos
CAC 40: -1,243% / 7013,31 pontos
FTSE: -0,833% / 7608,49 pontos
Ibov. Fut.: 0,78% / 113447,00 pontos
S&P Fut.: -0,54% / 4473,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,694% / 14591,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,20% / 109,27 ptos
Petróleo WTI: 0,42% / $90,26
Petróleo Brent: 0,51% / $91,88
Ouro: -0,04% / $1.826,04
Minério de Ferro: -2,63% / $151,57
Soja: 0,51% / $1.582,25
Milho: 0,39% / $645,25
Café: -0,67% / $254,20
Açúcar: -0,05% / $18,29