Por mais uma vez, a comunicação do governo tem tido forte peso negativo nos fundamentos econômicos, dada a atual situação do país, em franco processo de saída da pandemia da COVID-19.
Do lado do legislativo, o adiamento da PEC dos precatórios e toda a sorte de sinais desencontrados elevam em muito o nível de volatilidade dos ativos e o mesmo acontece com pronunciamento do executivo, ao citar a precificação de combustíveis e o lucro da Petrobras (SA:PETR4).
Enquanto isso, os resultados fiscais superam as expectativas dos analistas, com superávit fora de época do governo central e possíveis números melhores hoje no setor público consolidado, a criação de postos de trabalho, queda no desemprego e o desempenho positivo de diversas empresas durante a temporada de balanços.
É a luta dos fundamentos versus o ruído político.
O problema é que o ruído gera volatilidade em toda a sorte de ativos e do lado ‘perdedor’ da economia está a inflação, em franca expansão globalmente, afetando uma série de ativos locais e fortemente catalisada pela volatilidade cambial e de volta ao início, vem do ruído político.
Com isso, a pressão nas curvas de juros cede à parte do pânico, em muitos casos injustificado do mercado quanto ao fiscal, afinal, os números definitivos de rompimento do teto, caso ocorra, são completamente desconhecidos.
Daí entra novamente o papel do meio político, pois a ânsia do congresso por fincar suas garras numa possível abertura orçamentaria é que cria os temores de descalabro fiscal, custo inflacionário e consequentemente, apertos monetários intensos por parte do Banco Central, com consequente contração da economia.
A inflação no mundo não tem sido temporária conforme as expectativas das autoridades monetárias e nem tem o porquê sê-la, afinal os programas de liquidez e de auxílio à população continuaram, mesmo com o arrefecimento da pandemia, a China não dá sinais de que resolveu o problema de choque de ofertas e a guerra retórica contra o petróleo tem tido pesada resposta dos países produtores.
La Garde já admitiu que a inflação dura mais do que ela esperava, como confirmado pelo CPI europeu hoje (pior em 13 anos) e a ser observado no PCE nos EUA, portanto, o que menos o Brasil precisaria neste momento é de ruídos catalisadores de volatilidade.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após resultados decepcionantes de Apple (NASDAQ:AAPL) e Amazon (NASDAQ:AMZN), por conta da elevação do custo de mão de obra.
Em Ásia-Pacífico, mercados em mistos, com foco nos resultados da Foxconn (TW:2354), que fornece à Apple.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque novamente ao minério de ferro.
O petróleo abre estável em Londres e Nova York, com a menor preocupação momentânea com a questão de estoques.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 9,07%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6465 / 1,95 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,231%
Dólar / Yen : ¥ 113,76 / 0,106%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,044%
Dólar Fut. (1 m) : 5614,36 / 0,87 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,38 % aa (5,96%)
DI - Janeiro 23: 12,40 % aa (7,73%)
DI - Janeiro 25: 12,51 % aa (5,93%)
DI - Janeiro 27: 12,47 % aa (4,79%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6187% / 105.705 pontos
Dow Jones: 0,6756% / 35.730 pontos
Nasdaq: 1,3933% / 15.448 pontos
Nikkei: 0,25% / 28.893 pontos
Hang Seng: -0,70% / 25.377 pontos
ASX 200: -1,44% / 7.324 pontos
ABERTURA
DAX: -1,230% / 15503,28 pontos
CAC 40: -0,782% / 6751,04 pontos
FTSE: -0,502% / 7213,07 pontos
Ibov. Fut.: -1,05% / 106219,00 pontos
S&P Fut.: -0,58% / 4560,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,853% / 15599,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,08% / 104,21 ptos
Petróleo WTI: 0,21% / $82,92
Petróleo Brent: 0,09% / $84,31
Ouro: -0,03% / $1.795,96
Minério de Ferro: -2,15% / $121,94
Soja: 0,32% / $1.236,75
Milho: 0,09% / $564,00
Café: 0,93% / $201,05
Açúcar: -0,25% / $19,57