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Mercados erram de novo

Publicado 07.12.2023, 08:56
Atualizado 10.01.2024, 08:22
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Economistas erram muito. Quem admitiu isso foi o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao comentar a surpresa positiva com o crescimento da economia brasileira no trimestre passado, contrariando a previsão de queda. Mas essa falha não se trata de uma genuinidade nacional.

Os economistas erraram, e muito, nas projeções para a balança comercial chinesa em novembro, que acabou surpreendendo. Enquanto as exportações inesperadamente subiram pela primeira vez desde abril, em 0,5% em base anual, ante estimativa de queda de 1,1%; as importações recuaram 0,6%, na contramão da previsão de alta de 3,3%.

Com isso, o saldo positivo da balança comercial da China cresceu mais que o esperado no mês passado, indo a US$ 68,39 bilhões. A expectativa era de queda a US$ 47 bilhões. Mas o que os números não mostram é que os exportadores chineses tiveram de baixar os preços para atrair compradores, enquanto a demanda doméstica segue fraca.

Expectativa vs. realidade

Os dados chineses servem de alerta aos mercados quanto às apostas de queda nos juros dos Estados Unidos e aceleração no ritmo de cortes da taxa Selic em breve. Por mais que os investidores estejam convictos de que essa possibilidade se aproxima, a realidade pode ser mais dura.

Ontem, a criação de menos vagas que o esperado no setor privado norte-americano em novembro reforçou as chances de corte antecipado pelo Federal Reserve. Mas o enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA também significa que a maior das economias deve fraquejar o suficiente para a inflação, enfim, esmorecer.

Assim, com as duas maiores economias do mundo perdendo tração, quem reagiu com força na véspera foi o petróleo. O tombo do barril levou os preços ao menor nível desde o fim de junho, em um sinal de demanda mais fraca à frente, mesmo após a redução adicional na oferta por parte do cartel da Opep+.

Já nesta quinta-feira (7), o minério de ferro fechou em alta firme na bolsa de futuros em Dalian (China), reagindo ao aumento das compras chinesas pela commodity (+3,94%). A ver, então, se esse desempenho será capaz de animar as ações da Vale (VALE3 (BVMF:VALE3)) hoje e, de quebra, o Ibovespa. Por ora, os futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água.

Ontem, a bolsa brasileira caiu 1%, justamente em meio a preocupações com EUA e China. Em três pregões nesta semana, o principal índice acionário do mercado local acumula queda de 2%. Apenas em dezembro, as perdas somam quase 1,5%, dando sinais de que o brilho das ações globais após um novembro azul está perdendo força neste mês.

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