O índice de preços ao consumidor (IPC) nos EUA acelerou mais do que o previsto em agosto, mas essa alta inesperada não alterou as expectativas dos mercados de que o Federal Reserve (Fed) manterá a taxa básica de juros estável na próxima reunião de política monetária na semana que vem.
As taxas dos títulos de 2 anos do Tesouro dos EUA, mais sensíveis à política monetária, fecharam a sessão de ontem (13 de setembro) em 4,96%, abaixo da atual da taxa-alvo dos fundos federais, que está entre 5,25% e 5,50%. Isso indica que o mercado de títulos americanos está precificando que o banco central não mudará a política monetária na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) na próxima semana (20 de setembro).
Vale ressaltar que o mercado de treasuries, com base na taxa de 2 anos, não tem conseguido prever adequadamente a política do Fed ao longo deste ano. Mesmo diante da alta de juros pelo banco central dos EUA, a taxa de 2 anos permaneceu abaixo da faixa-alvo dos fundos federais, o que geralmente é interpretado como um sinal de que o mercado não antecipa mudanças nas taxas ou até mesmo um corte
No entanto, os juros futuros concordam com a projeção implícita no rendimento de 2 anos. Atualmente, os operadores atribuem uma probabilidade quase certa de que não haverá alteração na política monetária na próxima reunião, com base nas cotações dos contratos futuros.
Enquanto isso, a taxa atual de fundos federais parece estar em um nível moderadamente restritivo de acordo com um modelo que leva em conta a taxa de desemprego e a inflação. Isso implica que, mesmo se o Fed decidir não alterar as taxas no curto prazo, a atual meta de 5,25% a 5,50% para os fundos federais reflete uma política de aperto moderado, especialmente se a inflação continuar a perder força.
Alguns analistas sugerem que os esforços de aperto do Fed podem estar chegando ao fim.
Greg Wilensky, analista-chefe de Renda Fixa dos EUA na Janus Henderson Investors, acredita que o último aumento das taxas de juros deste ciclo já tenha ocorrido. Ele argumenta que os dados econômicos que o Fed analisará nos próximos meses deverão mantê-lo em compasso de espera em relação a novas elevações.
Quanto às próximas reuniões do Fed ainda este ano, o mercado futuro indica expectativas de que as taxas permanecerão estáveis. No entanto, por enquanto, há pouca confiança sobre o que acontecerá nas reuniões de novembro e dezembro, com uma probabilidade praticamente igual para decisões de aumento ou redução da taxa. A incerteza gira em torno de como os dados econômicos e de inflação que surgirão podem afetar essa perspectiva.