A terça-feira (21) deve ser o único pregão desta semana em que os mercados irão operar a pleno vapor. Enquanto o Ibovespa volta da pausa na véspera em várias cidades do país - o que não impediu o índice acionário de cravar a quarta alta seguida e renovar a máxima desde julho de 2021 - Nova York já se prepara para o feriado de Ação de Graças.
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As bolsas por lá não abrem na quinta-feira (23), o que tende a esvaziar a liquidez dos negócios já na tarde de amanhã (22), ao passo que a sessão na sexta-feira (24) será a meio mastro, fechando mais cedo, às 15h (de Brasília). O dia, portanto, oferece a oportunidade para ampliar o rali deste mês, embora o sinal esteja negativo nesta manhã no exterior.
Os investidores parecem antecipar o rali de Natal, nos moldes do que a Black Friday tem feito com as compras de fim de ano no varejo. Em novembro até ontem, os ganhos do Ibovespa já estão em 11,3%, inflando o saldo positivo do ano para quase 15%. Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 acumulam altas mais moderadas na parcial do mês, abaixo de 10%.
Seja como for, os ativos de risco disparam diante da convicção de que o Federal Reserve encerrou o ciclo de aperto dos juros. A ata da reunião no início deste mês, a ser divulgada hoje (16h) no único grande evento da agenda econômica do dia, dificilmente deve frustrar essa expectativa, apesar dos alertas do presidente do Fed, Jerome Powell, para o perigo de ser enganado por dados bons durante alguns meses.
Buenos Aires, DF.
No mais, os mercados acompanham o noticiário local. Embora a capital do Brasil não seja Buenos Aires - como muitos estrangeiros achavam durante décadas até o fim do século passado -, as atenções por aqui estão voltadas para o primeiro pregão na Argentina após a eleição de Javier Milei.
O candidato libertário de ultradireita venceu de virada o segundo turno contra o atual ministro peronista da Economia, Sergio Massa, e assumirá a presidência em 10 de dezembro. Embora haja muita incerteza sobre o impacto nas relações com o país vizinho, o foco do agora eleito será em avançar com a agenda de reformas, especialmente na política econômica.
A ver, então, como será o apoio do Congresso ao polêmico plano de Milei, de dolarizar a economia, fechar o Banco Central local e reduzir de forma drástica os gastos do governo. Com isso, a expectativa é de que a volatilidade permaneça nos ativos argentinos, em especial no câmbio, até que o cronograma da agenda de reformas e os principais nomes que irão compor o governo Milei sejam conhecidos.
Não se pode descartar que haja algum contágio nos ativos brasileiros. Ainda assim, o foco doméstico estará em Brasília, onde Congresso e Palácio do Planalto têm definições importantes, como a que trata da taxação de fundos exclusivos e offshores e sobre a desoneração da folha de pagamentos. Ambas as propostas estão relacionadas à meta fiscal de 2024, com a equipe econômica ainda não desistindo de cumprir o déficit zero.