O mercado operou nesta sexta-feira (4/3) de forma completamente incompreensível, em que não vejo quaisquer fundamentos macroeconômicos para tal euforia.
Se a possibilidade crescente do possível impeachment da presidente Dilma ganhar força com as recentes notícias possa levar a um cenário de euforia, isso não apaga os maus dados macroeconômicos de 2015 e do início de 2016.
A valorização do real e a subida da bolsa de forma elevada não tem qualquer base racional e só pode ser explicada por um movimento eufórico exacerbado de massas ou por manipulação do mercado.
Certo é que este cenário poderá fomentar a saída de investimento do estrangeiro da bolsa pela sua valorização e pela apreciação do real.
Espero que este movimento do mercado não tenha sido manipulado, para que o capital investido por estrangeiros saísse com menos perdas ou até com ganhos.
É evidente que não disponho de informação suficiente para afirmar categoricamente esse fato, mas entendo que não deixa de ser uma possibilidade.
O BC atuou muito bem ao não deixar o real se valorizar em demasia, rolando menos swaps no dia de hoje e não sei se teve intervenção direta no mercado.
Esse movimento não parece que venha a ter sustentação a breve prazo, não vejo fundamentos econômicos para isso.
É natural que depois desta subida da bolsa haja a tendência da realização de ganhos e a bolsa recue, veremos depois qual vai ser o seu comportamento.
As incertezas persistem, os dados macroeconômicos não mostram melhoria excetuando a balança comercial. O cenário político torna-se mais complicado, até porque a possibilidade de impeachment leva tempo – tempo que o Brasil não tem. As relações do Congresso com o governo deverão ser muito mais tensas nos próximos tempos, a CPMF deve já estar abandonada, não que ache que isso resolveria alguma coisa.
Vamos aguardar pelos próximos dias para termos alguma ideia do que poderá ter sucedido.
Este tipo de movimento atípico como sabemos ocorrem, muitas das vezes o mercado age de forma irracional e exacerbado.
Vamos ver!!!!