Os mercados respiraram aliviados com a decisão do Federal Reserve ontem de manter a previsão de três cortes na taxa de juros dos Estados Unidos neste ano. E este alívio deve ter continuidade hoje, apesar do tom duro no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou uma desaceleração no ritmo de queda da taxa Selic após maio.
Os ativos de risco tentam salvar o mês de março. O Ibovespa apagou as perdas acumuladas no mês com a alta de mais de 1% registrada na véspera, mas ainda cai quase 4% desde janeiro. O dólar, por sua vez, voltou a ficar abaixo de R$ 5,00, interrompendo uma sequência de alta que levou a moeda ao maior valor desde outubro.
O sinal positivo ainda prevalece entre as ações no exterior nesta manhã. As bolsas asiáticas fecharam em forte alta - exceto Xangai, que caiu. Já as praças europeias pegam carona no embalo das bolsas de Nova York desde ontem, digerindo dados de atividade na região e à espera do fim da reunião do Banco da Inglaterra (BoE).
O X da questão
Apesar do apetite dos investidores ao risco, as perguntas em relação aos próximos passos do Fed e ao Copom seguem sem respostas.
Afinal, alguém aí sabe quando começam os cortes nos juros dos EUA? Seria mesmo em junho? E depois? Viria mais um a cada fim de trimestre? Além disso, até onde o juro básico brasileiro vai cair? Haverá uma pausa quando cravar os dois dígitos? Ou a Selic continuará caindo a doses de 0,25 ponto porcentual (pp) até chegar em 9,50%? Ou seria 9,75%?
A sorte está lançada
Quem souber responder a todas essas questões, sairá na frente. Como diria um famoso imperador romano, a sorte está lançada.
Ou seja, após “embelezar” o mês de março, melhorando o desempenho dos ativos nesta reta final do primeiro trimestre, a volatilidade deve voltar a reinar nos mercados. Com a virada da folhinha no fim da próxima semana, cada divulgação de indicadores econômicos mostrará os riscos que envolvem as decisões dos investidores.
Afinal, ainda é cedo para antecipar as consequências do entusiasmo dos mercados.
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