O mercado ontem reagiu não ao o que ouviu do Federal Reserve e sim ao que não ouviu. A elevação de juros, com um comunicado com poucas alterações e ainda declarações de Yellen indicando a manutenção das projeções de Fed não indicaram um sinal extremamente hawkish, ou ao menos mais hawkish do que está atualmente.
É neste contexto em que entram, por mais uma vez, os indicadores macroeconômicos. Enquanto o governo Trump cria fumaça e pouco faz eficientemente para estimular a economia, o Fed tem nos dados os ativos para tomar a decisão de política monetária.
São possíveis mais 3 ou 4 elevações este ano, a última provavelmente condicionada por possível plano econômica fiscalmente expansivo, ou seja, de maciço corte de impostos e gastos governamentais.
Mesmo assim, com projeções de um aperto considerável, os investidores olham sempre “o lado bom da vida”, ou seja, existe um cenário econômico muito bom para os EUA neste momento e este pode ser um dos ativos para a busca pelo apetite pelo prêmio de maior risco. Atencao hoje à decisão de juros no Reino Unido e possibilidade de redução do Quantitative Easing ainda em voga.
CENÁRIO DE MERCADO
Tanto a eleição na Holanda, quanto um Fed menos incisivo quanto aos juros futuros, o mercado respondeu positivamente ao evento e a abertura de hoje já reflete isso.
As bolsas na Europa e futuros das bolsas em NY abrem positivas, assim como foi o fechamento na Ásia. Nem mesmo a perspectiva de um dólar mais fraco incrementou os temores pelo aperto monetário americano.
O dólar abre ainda em franca queda em nível global, mesmo avançando sobre o Euro, a Libra e o Yen. Os rendimentos dos Treasuries operam em forte alta, refletindo a menor demanda por dólares.
Entre as commodities, o cenário é quase generalizado de alta, com destaque para a tentativa do petróleo em NY retomar os US$ 50 o barril, após a queda abrupta dos estoques e o aço em alta.
CENÁRIO POLÍTICO
O não avanço da versão holandesa de Donald Trump ontem foi considerada uma boa notícia neste momento de adversidades globais. Mark Rutte, o primeiro ministro holandês, derrotou Geert Wilders, do partido da liberdade, por uma margem historicamente alta, 83%.
Mesmo assim, o partido populista alcançou a segunda maior bancada na câmara de deputados e preocupa em relação ao futuro, principalmente pelos posicionamentos anti Zona do Euro e acordos econômicos.
Por aqui, o que se convocaria como uma manifestação popular se converteu num palanque do PT para lançar a candidatura do ex presidente Lula para 2018.
Para os incrédulos da reforma da previdência, foi uma boa oportunidade para entender como funcionam as massas de manobra.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,1037 / -2,11 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,121%
Dólar / Yen : ¥ 113,51 / 0,115%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,244%
Dólar Fut. (1 m) : 3125,84 / -2,24 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 9,98 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,49 % aa (-1,15%)
DI - Janeiro 21: 9,95 % aa (-1,19%)
DI - Janeiro 25: 10,33 % aa (-1,34%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,37% / 66.235 pontos
Dow Jones: 0,54% / 20.950 pontos
Nasdaq: 0,74% / 5.900 pontos
Nikkei: 0,07% / 19.590 pontos
Hang Seng: 2,08% / 24.288 pontos
ASX 200: 0,20% / 5.786 pontos
ABERTURA
DAX: 1,049% / 12135,90 pontos
CAC 40: 0,871% / 5028,92 pontos
FTSE: 0,944% / 7438,17 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 66771,00 pontos
S&P Fut.: 0,000% / 2383,70 pontos
Nasdaq Fut.: 0,314% / 5432,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,84% / 85,21 ptos
Petróleo WTI: 0,55% / $49,13
Petróleo Brent:0,75% / $52,20
Ouro: 0,33% / $1.223,85
Aço: 0,18% / $89,19
Soja: 0,05% / $18,91
Milho: 0,69% / $366,00
Café: 1,22% / $140,90
Açúcar: 0,93% / $18,40