O Ibovespa conseguiu reduzir em fevereiro uma parte da queda registrada em janeiro e começa o mês de março nesta sexta-feira (1) com perdas acumuladas de quase 4% no ano. Já as bolsas de Nova York registraram alta de até 6% só no mês passado. Esse desempenho levou o S&P 500 a níveis recordes e o Nasdaq às máximas desde 2021.
Aliás, os ativos de risco relacionados ao exterior e negociados no Brasil, como o Bitcoin e o índice de ações de empresas estrangeiras (BDRX), lideraram os ganhos no mês passado. O dólar, por sua vez, está um pouco mais caro desde o início de 2024, mas segue abaixo de R$ 5,00. Esse comportamento mostra que é o exterior quem dita o rumo dos mercados.
Mercado mira atividade
Ao menos até aqui. Mas o novo mês pode abrir espaço para um descolamento dos negócios locais, passando a ter uma dinâmica própria. Afinal, a taxa Selic segue em queda, enquanto o Federal Reserve hesita em iniciar os cortes nos juros em breve. As duas reduções já contratadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) até maio vão levar o juro básico ao limiar dos dois dígitos.
Portanto, o debate sobre o nível terminal da queda deve esquentar a partir de agora. Os números da economia brasileira ao final de 2023 que saem hoje abrem a discussão. A ver se os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre irão manter a tendência dos períodos anteriores e surpreender novamente, com um resultado melhor que o esperado.
Se isso acontecer, o Copom pode frear os estímulos à economia. Ainda mais após os números salgados da inflação neste início de ano, acumulando sinais de pressão de alta nos preços, e do valor recorde da massa salarial real, o que reforça a melhora do consumo. Ou seja, quanto mais fraco vieram os dados, maior a chance de uma Selic de um dígito, distante dos 10%.
Lá fora, a China abriu o dia de divulgação de dados de atividade, que tem ainda números sobre a indústria na zona do euro e nos Estados Unidos. O índice dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial chinês oscilou em baixa em fevereiro, a 49,1, de 49,2 em janeiro, mas permaneceu em território de contração pelo quinto mês consecutivo.
O resultado mostra o impacto nas fábricas da pausa de uma semana devido às festividades do Ano Novo Lunar. As grandes indústrias ficaram fechadas ou reduziram as operações no período. Já o PMI do Caixin subiu a 50,9, mostrando que as pequenas e médias empresas industriais seguem em expansão.
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