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Mercado Pondera Risco e Segurança

Publicado 19.11.2020, 08:33
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Os riscos de curto prazo voltam a testar o otimismo de longo prazo do mercado financeiro. O avanço de casos da covid-19 nos Estados Unidos dispara mais medidas de restrição, diminuindo a esperança dos investidores com o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a doença, enquanto as incertezas fiscais no Brasil voltam a pesar nos negócios locais, em meio às dúvidas quanto à trajetória da dívida pública.

A notícia de que Nova York vai voltar a fechar as escolas por causa da disseminação do coronavírus na cidade e o alerta da Fitch sobre o “alto e crescente” endividamento do governo brasileiro foram divulgados perto do fechamento do pregão ontem e foram suficientes para reverter os ganhos dos ativos. O Ibovespa quebrou uma sequência de três altas e o dólar, de três quedas, enquanto Wall Street ficou no vermelho.

Nesta manhã, os índices futuros amanheceram na linha d’água, mostrando maior cautela diante do aumento diário de mais de 150 mil casos de coronavírus nos EUA nos último sete dias e após o país registrar a marca sombria de 250 mil mortes pela doença. Nem mesmo notícias positivas sobre o progresso na imunização, vindas desta vez da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), acalmam os negócios, com o sinal negativo se espalhando entre os ativos no exterior.

Afinal, os investidores vão se dando conta dos desafios, envolvendo tempo e custo de produção em larga escala, distribuição em massa e logística, além da própria eficácia. Mesmo com a aprovação, o armazenamento, por exemplo, das vacinas da Pfizer e da BioNTech (NASDAQ:BNTX) é um grande problema, pois requer temperatura de -70ºC, o que torna o avanço dessas farmacêuticas na corrida contra a covid-19 algo não tão animador.

Não tem milagre

Com isso, o distanciamento social e a restrição às atividades continuam sendo as principais medidas de combate ao contágio, testando o clima de euforia nos mercados desde o dia da eleição presidencial nos EUA. A maior previsibilidade política após a mudança de direção na Casa Branca dá lugar ao cenário do que será um governo Biden, com o agravamento da pandemia e a necessidade de novos estímulos criando uma série de riscos.

Por aqui, ainda que os investidores continuem relegando a piora do quadro da covid-19 no país, o aumento de casos e mortes em meio à defasagem nos dados e subnotificações não passa despercebido pelas instituições internacionais. A Fitch alertou ontem que o ressurgimento global de infecções por coronavírus continua a turvar o cenário da economia brasileira, apesar do empenho da equipe econômica com a agenda de reformas.

Aliás, a eleição municipal encerrou em muitas cidades brasileiras, mas pouco se ouviu do governo brasileiro em relação ao compromisso com o “teto dos gastos” ou mesmo sobre a criança de um programa de renda mínima. Segundo a agência de classificação de risco, que reiterou ontem a nota de crédito soberano (rating) do país e manteve a perspectiva negativa, o ambiente político reduz a previsibilidade do ajuste fiscal no país.

Ontem, o mercado de juros futuros voltou a estressar, diante do peso da dívida pública, em meio às mudanças nas condições de financiamento promovidas pelo Tesouro Nacional, que vem encurtando os prazos dos títulos ofertados em leilão e pagando um prêmio mais alto para honrar as obrigações que se aproximam. E essa estratégia deve continuar abalando a confiança do investidor, diante das emissões que ainda precisam ser feitas.

Dia de agenda fraca

A agenda econômica dos EUA concentra as atenções do dia e, ainda assim, traz indicadores de pouco relevo. Por lá, serão conhecidos os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país e o índice regional sobre a atividade na Filadélfia neste mês, ambos às 10h30, além de mais indicadores do setor imobiliário em outubro (12h).

No mesmo horário, tem ainda o índice de indicadores antecedentes em outubro. Na zona do euro, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, discursa em diferentes eventos ao longo da manhã.

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