O mercado financeiro vai passar esta semana à espera da sexta-feira. Neste dia, o presidente do Federal Reserve discursa no simpósio de banqueiros centrais em Jackson Hole (Wyoming). A expectativa dos investidores é de que Jerome Powell possa dar pistas sobre os próximos passos na condução dos juros dos Estados Unidos.
A queda da taxa em setembro é dada como certa. A aposta majoritária é de que será na dose mínima, de 0,25 ponto porcentual (pp). A dúvida é se cabem cortes adicionais, na mesma magnitude, ainda neste ano. No entanto, quem se lembra da fala de Powell no mesmo evento nas duas edições anteriores já nem espera muitas novidades agora.
Em 2022, ele discursou por cerca de 10 minutos - em um dos pronunciamentos mais enxutos da história do evento - e não sinalizou que o Fed estava pronto para promover o mais agressivo ciclo de aperto monetário da história dos EUA. No ano seguinte, tampouco indicou que manteria a taxa no maior nível em mais de 20 anos por tanto tempo.
Daí porque o foco dos mercados está mesmo na reunião do Fed que acontece daqui a um mês. Será no chamado gráfico de pontos (dot plot) que estarão as previsões do comitê para a taxa terminal dos juros em 2024. A dúvida é se os integrantes vão pular o mês das eleições ou não. Ou seja, a possibilidade de corte em dezembro é quase certa.
À espera desses eventos, os investidores ajustam suas posições nos ativos de risco - e também aproveitam para montar alguma proteção. Afinal, vai que Powell seja novamente conciso - e impreciso - em seu discurso na sexta-feira, mantendo a incerteza sobre o rumo dos juros nos EUA por mais um mês. Aí, então a volatilidade pode voltar a aparecer.