O carnaval já passou, mas os mercados globais voltam ao ritmo do samba de uma nota só nesta quarta-feira (21). A ata da reunião de janeiro do Federal Reserve concentra as atenções do dia. O documento será divulgado apenas às 16 horas e, até lá, os ativos de risco tendem a ficar em compasso de espera - porém, com um tom negativo, como se vê nesta manhã nos futuros dos índices em Nova York, tendo como som de fundo o balanço da Nvidia.
As palavras do Fed até poderiam soar como música aos ouvidos dos investidores, embalando os mercados emergentes. Mas a mensagem neste início de ano ainda deve ter algum ruído nos negócios. Apesar de descartar a chance de corte nos juros dos Estados Unidos em março, a autoridade monetária não deve trazer clareza sobre o momento exato em que o ciclo de flexibilização começa.
A probabilidade de maio parece cada vez menor, deixando junho como a opção seguinte. No entanto, nada impede que o ponto de partida seja apenas no segundo semestre deste ano e, talvez, após o fim das férias de verão (no hemisfério Norte). Se for assim, o esperado ritmo agressivo de flexibilização deve ser substituído por um passo mais suave - e curto.
Os mercados tendem a acompanhar esse movimento mais devagar, alinhando as expectativas à exposição ao risco, porém, sem perder o embalo. Ontem (20), o Ibovespa flertou com a marca dos 130 mil pontos, enquanto o dólar caiu a R$ 4,93, com os investidores ajustando o passo antes do agito começar. As commodities e a tramitação em Brasília mantêm o som ambiente dos negócios locais.