O mercado financeiro volta a atenção do dia para a agenda de indicadores econômicos, na tentativa de acertar as previsões para o restante do ano - e já antevendo 2025. Lá fora, o destaque fica com o relatório Jolts sobre a oferta de vagas nos Estados Unidos em abril (11h), que deve calibrar as apostas em relação ao corte na taxa de juros em setembro.
Por ora, essa possibilidade segue em torno de 50%, mas a chance de manutenção perdeu força. Enquanto aguardam, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem queda firme, em meio às fortes perdas do petróleo, apesar de o cartel de países exportadores da Opep+ decidir ampliar os cortes de produção até o próximo ano.
Por aqui, o destaque fica com os números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (9h). Depois de ter andado de lado nos últimos seis meses de 2023, a economia brasileira deve ter engatado a primeira marcha no início deste ano e registrado aceleração de 0,7% no confronto trimestral. Em base anual, a alta deve ser de 2,2%.
Mas o fato é que, até aqui, o mercado mais erra do que acerta nas projeções. Vale lembrar que o PIB brasileiro cresceu acima do esperado no primeiro semestre do ano passado e, quando então os economistas ficaram otimistas e passaram a prever um avanço robusto da atividade na reta final de 2023, as expectativas foram frustradas.
O que dizer, então, em relação aos juros? Como dito ontem, o mês de junho começou sem nenhum dos até três cortes na taxa dos EUA previsto pelos investidores desde o fim do ano passado para o decorrer deste semestre. A dúvida é se haverá ao menos uma queda antes do apagar das luzes de 2024.
Sem nenhuma ação por parte do Federal Reserve, os economistas revisaram para cima a previsão para o juro básico brasileiro. Agora, a taxa Selic deve encerrar o ano em 10,25%, o que projeta apenas mais uma queda residual de 0,25 ponto. O dólar, por sua vez, deve seguir estável em R$ 5,05 até o fim do ano que vem.
Ou seja, não deve haver nenhuma valorização do real nem neste nem no próximo ano. Nas entrelinhas, isso significa que não haverá cortes nos juros dos EUA - afinal, com o Fed iniciando o ciclo de cortes, a moeda norte-americana tende a perder força. Já o PIB brasileiro deve crescer à taxa de 2% até onde a vista alcança, entrando em ponto morto.
Como disse uma fonte do mercado, certa vez: “a bola de cristal está embaçada”.