Volatilidade é o cenário predominante neste momento já que não há cenários prospectivos críveis num ambiente em que o petróleo passou a ser um elemento extremamente perturbador, podendo até provocar ruídos na economia daqueles considerados grandes beneficiários.
Como “pano de fundo” deste momento há sinais indicando o ano de 2015 bastante conturbado, mas sem grandes perspectivas para as economias emergentes, principalmente as mais frágeis.
Afora os Estados Unidos cuja economia evidencia grande tendência de recuperação, pouco se poderá esperar da economia europeia, aparentemente cada vez mais frágil e com inquietações entre os seus integrantes diretos, cenário não muito diferente para o Japão e para os países emergentes, merecendo tão somente maior observação a China que vem emitindo sinais de desaceleração da sua economia, mas ainda registra um crescimento bastante elevado.
No Brasil tivemos a divulgação de mais um dado desastroso da performance da indústria que caiu 0,7% em novembro, acumulando no ano retração de 3,2%, igualmente em 12 meses.
Este dado certamente afetará o PIB de 2014 que cada vez mais tende a zero e deixa evidente que o desafio para que a economia brasileira retome a linha de crescimento é muito maior do que se podia imaginar, fazendo com que seja coerente a projeção de crescimento do PIB para este ano de somente 0,5%.
O desajustamento da economia brasileira certamente torna o Brasil altamente desinteressante aos olhos dos investidores do mercado internacional e isto certamente impactará piorando os indicadores, havendo já instalado um forte sentimento de que a economia como um todo está tendo seus preços administrados e livros remarcados fortemente, e ainda há expectativa quanto ao aumento da carga tributária.
Este estado de coisas faz retroagir com intensidade a propensão a investir dos empresários brasileiros, voltando a prevalecer a máxima de que “a melhor coisa no capitalismo é ser capitalista” em detrimento do investimento produtivo.
Como temos destacado o nosso setor externo será, sem dúvida, um fator extremamente perturbador aos esforços do governo, que são esperados ansiosamente, para recompor a atividade econômica do país, pois a despeito de todas as estratégias que o BC possa utilizar o viés de alta do preço da moeda americana é de alta sustentada e com ela virá a pressão inflacionária, que por sua vez exigirá mais juro, e assim seguirá o espiral.
Por enquanto, os movimentos do mercado global em seus vários segmentos emitem os mais diversos sinais, na sua grande maioria sem fundamentos críveis, mas gradualmente devem surgir as tendências com maior evidência de que 2015 será um ano problemático, não só para o Brasil, agravado por seus problemas internos, mas pela economia global que, salvo os Estados Unidos, está sem tração para alcançar a superação do “status quo”.
É preciso esperar um pouco e observar, haverá pouco a comemorar-se em torno de 2015, exceto para os Estados Unidos onde o PIB é construído em 70% pelo consumo de sua população.
Isto sugere dólar forte repercutindo sobre todas as moedas, e, com as emergentes ainda mais agravadas por seus próprios problemas.