Os mercados não esperam novidades na fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje, desta vez, no Senado americano. Com isso, as atenções do dia se dividem entre os dados da balança comercial chinesa, já anunciados e melhores que o esperado, e o balanço da Petrobras (BVMF:PETR4), após o fechamento do pregão local.
Ontem, Powell reiterou que quer ter mais confiança de que a inflação caminha em direção à meta para iniciar os cortes nos juros dos Estados Unidos. Porém, ele sinalizou a possibilidade de começar o alívio monetário antes de os preços voltarem à marca de 2% e mesmo com um mercado de trabalho forte.
Novo normal
Afinal, se a história da inflação hoje é muito diferente do que era antes da pandemia, conforme palavras do próprio Powell, por que a do mercado de trabalho não seria também? Ao que tudo indica, o “novo normal” pós-covid-19 afastou-se de um mundo com taxas de juros baixas e inflação baixa - e, talvez, de um ambiente de trabalho baseado em controle e hierarquia, com as pessoas querendo trabalhar para viver e não viver trabalhando.
A ver o que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, tem a dizer sobre isso. Embora não se espere nenhuma novidade no anúncio da decisão de juros na zona do euro (10h15), a entrevista coletiva dela (10h45) pode trazer comentários adicionais sobre cortes nos juros, com reflexões sobre um ambiente econômico de maior estagflação.
À espera do grande evento do dia no exterior e ainda sob efeito das declarações de Powell, os ativos de risco estão na linha d’água no exterior. A exceção fica com o minério de ferro, que fechou em alta em Dalian, após o salto de 7,1% nas exportações chinesas no agregado do primeiro bimestre e do aumento de 3,5% das importações, ambos acima do previsto.
Os ativos da Vale (BVMF:VALE3) exibem alta firme no pré-mercado em Nova York. Mas é a Petrobras que rouba a cena, em meio às esperanças dos investidores de que a estatal petrolífera continuará distribuindo dividendos gordos, apesar dos desafios em se tornar uma empresa de energia. Aliás, esse embate é mais um do “novo normal” no mundo pós-pandemia.
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