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Mercado espera Payroll para defender tese

Publicado 07.06.2024, 09:01
Atualizado 10.01.2024, 08:22
IBOV
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O Ibovespa derrubou ontem a tese do “nunca mais vai subir”. Talvez, a alta de 1,23% tenha sido apenas um repique, à espera da reação do mercado financeiro aos números do Payroll hoje (9h30). No jargão do mercado, trata-se de um movimento semelhante à jogada no vôlei de “levantar para bater”.

O destaque do dia é o relatório de emprego nos Estados Unidos, que pode consolidar as apostas de dois cortes na taxa de juros neste ano, sendo o primeiro em setembro. Ou será que o mercado de trabalho nos EUA irá apenas sustentar a manutenção da política monetária do Federal Reserve?

Eis a questão. A previsão é de estabilidade na criação de postos de trabalho, com a abertura de 180 mil vagas em maio, ante 175 mil em abril. A taxa de desemprego deve permanecer na máxima em dois anos, ao passo que o ganho médio dos salários deve seguir no nível mais baixo de 2021. Ambos devem ter leitura de 3,9%.

Os dados de emprego nos EUA divulgados nesta semana animaram os investidores. O relatório Jolts mostrou que a abertura de vagas caiu à mínima em três anos, enquanto o setor privado criou o menor número de postos de trabalho desde o fim de 2023. A dúvida é se os números indicam um esfriamento do mercado ou uma situação de pleno emprego.

Portanto, a tese de que “torturados, os números dizem o que se quer” ainda está valendo. Basta ver os indicadores da balança comercial da China. O superávit em maio foi de US$ 82,6 bilhões, acima do esperado, devido à recuperação das exportações, que cresceram 7,6% em base anual. Já as importações decepcionaram ao aumentar apenas 1,8%.

Seja como for, os dados sustentam a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chinês neste segundo trimestre. Ainda assim, o ambiente de trocas globais deve continuar tendo ventos contrários, à medida que os EUA e a União Europeia (UE) impõem tarifas sobre vários produtos estratégicos chineses.

Ou seja, a guerra comercial está de volta e a escalada do conflito tem potencial de impacto global, em especial no setor de tecnologia. Afinal, desde que começou, em 2018, a trade war era transvestida em tech war. Desta vez, porém, o tiro pode sair pela culatra.

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