Em uma semana de baixa volatilidade, o mercado internacional do café encerra sem um direcionamento definido, à medida que os agentes adotam cautela diante de sinais que podem apresentar problemas relacionados à demanda, devido à segunda onda de Covid-19 em países da Europa e nos Estados Unidos, do comportamento do dólar e das condições climáticas nas regiões cafeeiras do mundo.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro/20 encerrou a quinta-feira (5) a US$ 1,0595 por libra-peso, acumulando leve valorização de 155 pontos em relação ao fim da semana passada. Na ICE Europe, o vencimento janeiro/20 do café robusta caiu US$ 12 no intervalo, cotado a US$ 1.339 por tonelada.
O dólar comercial recuou na semana, à medida que a apuração dos votos para a eleição presidencial dos EUA sinaliza vitória do candidato democrata Joe Biden, o que é visto por analistas como uma possibilidade para a implantação de um pacote de estímulo fiscal em 2021 e a existência de um governo mais previsível do que o do republicano Donald Trump. A moeda fechou, ontem, a R$ 5,545, acumulando perdas de 3,4%.
Em relação ao clima, o mercado volta sua atenção não apenas ao Brasil, mas para outras importantes regiões produtoras, como o Vietnã e América Central. No país asiático, fortes chuvas e tufões podem prejudicar a qualidade do café e o andamento das exportações. Nas nações centrais, há previsão de avanço do furacão Eta nos próximos dias, o que coloca sob alerta áreas cafeeiras de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala.
Para o Brasil, a Somar Meteorologia informa que haverá pouca chuva sobre as áreas cafeeiras até o domingo. A partir de segunda-feira, o serviço prevê ocorrência de novas pancadas dispersas em São Paulo e Minas Gerais. Apesar da dispersão, espera-se que as precipitações caiam durante 10 dias e que os acumulados cheguem a até 50 milímetros entre Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro e sul de Minas.
No mercado físico, os agentes permaneceram retraídos, monitorando o cenário externo relacionado à segunda onda da Covid-19 nos EUA e na Europa e as adversidades climáticas na América Central e no Vietnã. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 543,05/saca e R$ 409,12/saca, com variações, respectivamente, de 1% e -1,1%.