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Mercado do café continua muito vulnerável

Publicado 04.09.2023, 09:23
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Uma semana com um dos menores volumes negociados na bolsa de NY do ano! Nos 5 pregões (segunda-feira até a sexta-feira) foram negociados respectivamente apenas +11.385 lotes / +19.067 lotes / +24.349 lotes / +35.164 lotes / +27.212 lotes!  O Dez-23 terminou a semana @ +151,70 centavos de dólar por libra-peso respeitando a média móvel e o suporte dos 50 dias da Banda de Bollinger (a Banda de Bollinger dos 50 dias terminou a semana com a resistência superior / média e suporte inferior respectivamente @ +169,20 /+158,00 e +148,70 centavos de dólar por libra-peso). O dez-23 voltou a tentar romper a média móvel dos 50 dias chegando a negociar na máxima da semana @ +157,60 centavos de dólar por libra-peso (fechamento sexta-feira semana anterior / máxima / mínima / fechamento sexta-feira última respectivamente @ +153,15 / +157,60 / +151,65 / +151,90 centavos de dólar por libra-peso).

A volatilidade do R$ continuou sendo a “desculpa” para justificar a movimentação do café acima. O R$ começou a segunda-feira negociando entre +4,91 / +4,86 R$/US$ chegando a negociar na quarta-feira na mínima do período entre +4,88 / +4,84 R$/US$. Nos últimos 2 pregões da semana e mesmo com o pib* brasileiro melhorando com um crescimento em +0,90% no último trimestre o “mercado” não gostou (com notícias vindas de Brasília onde o governo atual continua procurando formas para aumentar impostos para fechar as contas em 2024), e o R$ voltou a desvalorizar terminando o primeiro dia do mês de set-23 @ +4,9394 R$/US$.

Do outro lado do mundo, os dados chineses publicados nessa semana voltaram a animar os mercados, com o governo chinês novamente promovendo novas políticas para acelerar a economia já a partir desse mês. O reflexo foi imediato no petróleo e “de lado” nas principais commodities agrícolas (soja / milho / trigo). O petróleo tipo “wti” e “brent” subiram aproximadamente +10% e +6,33% (encerraram a semana respectivamente @ +86,05 US$/barril e +88,99 US$/barril).

Europa continua com a inflação acima dos +10% em alguns dos seus principais países do bloco e a Alemanha já está sinalizando uma melhora no seu mercado interno (a inflação alemã aparentemente recuou para +5,20% ao ano). Mesmo assim, a presidente do banco central europeu – Sra. Cristine Lagarde – continua “preocupada” indicando ainda possível aumento na taxa de juros na próxima reunião no final do mês de set-23. Os Estados Unidos continuam monitorando os dados da economia. Apesar do mercado apostar que o FED* também não irá aumentar a taxa de juros na próxima reunião do mês de setembro-23 já existe grande expectativa onde novo aumento na taxa de juros irá ocorrer em algum momento até o final do ano.    

A China continua sendo “a bola da vez”. Segundo matéria publicada no Financial Times “The end of the coffee boom?”  no dia 17 de agosto, “a Starbucks planeja abrir +9.000 lojas na China até 2.025 enquanto outras marcas internacionais como Costa Coffee, Lavazza e Tim (BVMF:TIMS3) Hortons também continuam competindo para atrair novos clientes para suas cadeias”.

Ainda, segundo esse artigo, se essa expectativa para eventual aumento no consumo continuar, nos próximos 27 anos, até o ano de 2050, o consumo mundial do café diário poderá dobrar dos atuais +3 bilhões de xícaras consumidas por dia para +6 bilhões de xícaras por dia! Até 2.030 a expectativa é que o consumo mundial já vai demandar uma oferta adicional em +44,00 milhões de sacas! De onde virá todo esse café?

Como venho alertando nossos leitores, os produtores ao redor do mundo precisam ser “tratados” com maior atenção pela cadeia do café. Se o setor não se unir e repassar parte dos lucros para o produtor então irá acabar matando a “galinha dos grãos de café de ouro”! Existe muito dinheiro na cadeia, entre “fazenda até o consumidor final”, porém grande parte desse lucro / dinheiro fica no “meio do caminho”. O produtor recebe pouco; o consumidor final paga muito pelo “cafezinho”; e a “pequena margem” adicional enriquece poucos!

No mês de agosto-23, segundo a Cecafé* foram emitidas licenças para exportar +3.739.252 sacas sendo +712.466 sacas do café tipo robusta. Novamente a exportação do café tipo robusta continua surpreendendo. Nos 2 primeiros meses da safra 23/24 o Brasil já exportou +1.22 milhões de sacas de café tipo robusta – aproximadamente +18% do total exportado. Entre julho-agosto-23 o Brasil já exportou aproximadamente +6.69 milhões de sacas!

Para o Brasil exportar +44 milhões de sacas nesta safra 23/24, nos próximos 10 meses o Brasil precisará exportar a média mensal +3,73 milhões de sacas! No mesmo período (set-x / junho-x+1), nas ultimas 3 safras (set-22/junho-23; set-21/junho-22; set-20/junho-21) o Brasil exportou respectivamente +3,01 / +3,35 / +3,89 milhões de sacas! Será que teremos mesmo todo esse café disponível? Os embarques dos próximos meses serão acompanhados de lupa e qualquer “dor de barriga” poderá voltar a “fazer preço”.

No curto prazo a próxima safra 24/25 começou. Já tivemos muitas floradas em muitas lavouras! As fotografias estão lindas! Mas, será que essa florada vai ter o pegamento desejado? O El-Niño vai prejudicar a próxima safra? Ainda vamos ter muitos “se(s) / if(s)” nos próximos meses!

Com o mercado “pesado”, lateralizado, o momento atual exige muita calma e PROTEÇÃO! Se o mercado sentir que a próxima safra 24/25 será mesmo recorde, acima dos +70/+75 milhões de sacas, então, rompendo esse patamar dos +145 centavos de dólar por libra-peso poderemos ver novamente os fundos + especuladores + algoritmos “empurrando” as cotações para os +125 / +110 centavos de dólar por libra-peso (seria novamente o café tipo arábica negociando entre +500/+600 R$/saca)!

O “mercado” continua dando oportunidades para o produtor “se proteger”, comprando seguros contra eventual queda nas cotações através da compra das opções de venda “put*” e/ou compra da estrutura “Put-spread*”. Com base na última sexta-feira o produtor poderia ter comprado a estrutura “put-spread*” strike +150/-120 pagando aproximadamente -65 R$/saca e garantindo preço de venda “hoje” para entrega entre o julho-setembro-24 @ +826 R$/saca (desde que o set-24 termine no dia 09 de agosto de 2024 acima dos +120 centavos de dólar por libra-peso).

Como sempre, proteja-se! Garantindo um “preço mínimo”, o produtor poderá continuar aguardando por preços melhores e participar 100% na alta, caso vier a ocorrer!

 Boa semana a todos!

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