De um lado os pecuaristas resistem em entregar as boiadas nos preços ofertados, do outro as indústrias seguem com a margem de comercialização historicamente baixa, o que leva os frigoríficos a testarem o mercado ofertando preços abaixo da referência.
Essa disputa entre pecuarista e frigorífico tem feito com que o mercado ande de lado na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria.
Parte das indústrias está fora das compras, mas com a ociosidade alta, o que dá a falsa impressão de programações de abate alongadas. Porém, alguns frigoríficos de maior porte, que possuem contratos e boi a termo, conseguem manter as escalas de abate mais “folgadas”.
No mercado atacadista de carne com osso, apesar do lento escoamento no mercado, os estoques mais enxutos e a proximidade do Dia dos Pais permitiram ajustes positivos nos preços da carne com osso. Contudo, na comparação anual houve desvalorização de 10,3%.
Para o curto prazo a expectativa é de que as indústrias continuem testando o mercado, ofertando preços abaixo da referência, a fim de melhorar a margem de comercialização.
Persiste leve pressão de baixa no mercado do boi gordo
Desde o início deste mês, na média de todas as praças pesquisadas pela Scot Consultoria, houve desvalorização de 0,7% nas cotações do boi gordo.
No mercado atacadista de carne com osso, o boi casado de animais castrados está cotado em R$8,48/kg, valorização de 2,0% em uma semana. Entretanto, desde o início do ano, a queda é de 14,3%.
Por Felippe Reis e Isabella Camargo (Scot Consutoria)