A paralisação dos caminhoneiros chegou ao fim, a maior parte dos leilões voltou a operar e os negócios voltaram a fluir no mercado de reposição.
Entretanto, a greve causou imprevisibilidade quanto ao rumo que a arroba do boi gordo tomará no curto prazo. Esse fato diminuiu o ímpeto de compras de recriadores e invernistas.
As tentativas de negócios ocorrem, na maior parte dos casos, com ofertas de compra abaixo da referência. Nestes patamares a ponta vendedora resiste em entregar os animais e o volume de negócios concretizados é baixo, travando o mercado.
No balanço geral, na média de todas as categorias e estados pesquisados pela Scot Consultoria, as cotações fecharam com queda de 0,1% frente ao levantamento da última semana.
Para o curto prazo, tanto o futuro do mercado do boi gordo como a qualidade das pastagens devem influenciar o ritmo do mercado de reposição.
Com o período de entressafra se aproximando, as cotações no mercado do boi gordo podem ganhar firmeza e dar ânimo para o recriador e invernista.
Já as pastagens vão perdendo qualidade conforme o período seco se intensifica, isso tende a diminuir a retenção dos animais por parte da ponta vendedora, aumentando assim o volume de negócios.
Relação de troca boi gordo x milho é a pior desde 2016
Considerando a praça de São Paulo, atualmente é possível comprar 3,24 sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo. É a pior relação de troca desde maio de 2016. Para junho, com a colheita da segunda safra as cotações para o cereal devem ser mais frouxas, porém, vale se atentar ao câmbio e ao tabelamento dos fretes, pois estes fatores podem afetar os rumos do mercado.
Por Breno de Lima (Scot Consultoria)