As vendas de fertilizantes estão aquecidas.
Em 2011, o setor teve recordes de vendas, chegando a 28,3 milhões de toneladas, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). Um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior.
Este ano a demanda por fertilizantes pode atingir patamar recorde.
A entrega de fertilizantes no primeiro trimestre de 2012 cresceu 7,0% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 5,3 milhões de toneladas.
Este crescimento da demanda interna foi impulsionado pelo aumento na área plantada da safrinha de milho, sorgo, além de algodão. A expansão da área de cana-de-açúcar também colaborou para este aumento.
O maior volume de entrega, segundo a ANDA, foi no Mato Grosso, para atender o plantio da safrinha de milho, seguido por São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
A expectativa de aumento na área plantada de soja e cana-de-açúcar na próxima safra (2012/2013) pode puxar a demanda por fertilizantes este ano. Os preços das commodities em patamares elevados também incentivam os investimentos.
Demanda aquecida significa alta de preços. O aumento pode ser constatado em abril.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços médios dos adubos nitrogenados, que caíram mês a mês desde dezembro de 2011, subiram, em média, 2,6% em abril na comparação com março.
No caso da ureia agrícola, o aumento foi de 2,8% no período. Veja a figura 2.
Parte desta pressão vem do mercado internacional.
A maior demanda por adubos pelos Estados Unidos para o plantio da safra 2012/2013 (em andamento), devido à expansão das áreas de milho e trigo, culturas altamente consumidoras de nitrogênio, puxaram para cima as cotações destes produtos.
O preço da ureia importada (CIF Brasil) subiu 17,2% desde meados de março. A tonelada do insumo está cotada ao redor de US$500,00.
A valorização do dólar norte-americano frente ao real também afeta negativamente as importações.
Com o aumento de preços dos nitrogenados no mercado internacional as empresas brasileiras estão mais cautelosas com relação às compras de fertilizantes devido às incertezas deste mercado. Ninguém quer ficar com o mico na mão.
Este fato somado aos estoques de passagem relativamente maiores no início do ano refletiu em queda das importações de adubos e matérias primas no primeiro trimestre de 2012. Houve queda de 27,8% no volume importado na comparação com o mesmo período do ano passado.
O cenário de aumento de preços dos fertilizantes, se perdurar, deve refletir nos custos de produção de grãos na temporada 2012/2013.
Aliás, é justamente a preocupação com os preços no segundo semestre, quando a demanda por adubos é maior, que tem feito o agricultor antecipar as compras para a safra de verão.
No Mato Grosso, até o final de março deste ano, 70% do adubo a ser utilizado no plantio da safra 2012/2013 foi vendido, segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense Economia Agropecuária (IMEA).
por Alex Lopes.