O BC retomou a rolagem do montante de “swaps cambiais” vincendo dia 1º de novembro. Ontem foram mais 20.000 contratos, além dos 60.000 rolados semana passada, e ainda há a expectativa de que realize mais duas ofertas, provavelmente de igual montante, o que corresponderia a um total de 120.000 contratos, equivalentes a dois terços do montante vincendo ou sejam US$ 5,91 Bi.
Evidentemente que esta dimensão de rolagem tem capacidade de inibir apreciação do preço da moeda americana, mas ao que tudo indica já não há clima para que seja expressiva, pois a realidade das nossas contas externas e suas perspectivas para o final do ano impõe postura cautelar por parte dos “players”, sugerindo que o mercado de câmbio passe a operar cautelarmente “andando de lado”, observando mais detidamente os movimentos dos fluxos de recursos, que liquidamente ainda estão com tendência desfavorável.
A clara artificialização da taxa cambial, num ambiente amplamente sugestivo de que tenha comportamento diferente, deixa em aberto o risco de ajustes abruptos.
Já não é sustentável a tese de que a perspectiva de que o FED venha a postergar o início da redução do seu programa de incentivo monetário é que dá suporte a apreciação do real.
Isto já foi precificado e já está consumado no preço desde inúmeras semanas atrás quando Summers renunciou à candidatura à Presidência do FED e ascendeu então Yellen.
A apreciação do real num ambiente notoriamente adverso para o país nas contas externas é claramente induzida. E isto, por levar o preço da moeda americana a um patamar assimétrico com a realidade coloca riscos de variações abruptas.
Esta prática foi contumaz por parte do BC na gestão anterior, onde a alegação era o excesso de fluxo de recursos, o que não ocorre neste momento muito pelo contrário, que era totalmente absorvido pela autoridade monetária, que avançava suas compras além do excedente dos ingressos e assim deixava os bancos com posições vendidas induzindo desta forma à apreciação do real que, juntamente com o juro Selic, impactava contendo as pressões inflacionárias.
Mas era outro contexto, havia forte ingresso de recursos naquela oportunidade e não o cenário adverso atual, onde há carência de ingressos e de liquidez no mercado à vista que vem sendo suprida pelas posições vendidas dos bancos, que assim vem substituindo o BC nesta ação evitando que tenha que realizar leilão de vendas de dólares a vista.
Todos, inclusive nós, acreditamos que o FED protelará o início da redução do programa de incentivo monetário, mas o que acontecerá se o Presidente Ben Bernanke quiser validar a palavra dada e emitir, mesmo que discreto, um sinal de início imediato?
O prazo de intervalo das discussões politicas em torno das divergências em torno da questão fiscal é extremamente curto indo até início de janeiro, e, ainda que haja retardamento no início da redução por parte do FED, tudo sugere que no primeiro trimestre de 2014 o assunto esteja sobre a mesa, e toda a tensão será retomada.
Efetivamente o clima predominante não permite tranquilidade para que o preço do real seja utilizado como âncora confiável em estratégia de contenção das pressões inflacionárias, e o contexto Brasil e suas contas externas e perspectivas não permitem simetria com o comportamento do dólar no mercado externo.
O Brasil atravessa um momento único onde pontificam fatores adversos nas contas externas e temos inflação aquecida, o que o torna diferente no contexto global e que não guardam correlação com os demais emergentes.
Tem uma NFE (necessidade de financiamento externo) data base setembro de US$ 16,799 Bi; vem apresentando consistente fluxo cambial negativo; os bancos já estão arcando com a liquidez faltante em mais de US$ 10,2 Bi substituindo o BC com posições vendidas ancoradas em linhas de financiamentos em moeda americana fornecida pela autoridade monetária.
Tem em perspectiva o ingresso de US$ 4,0 Bi relativo ao bônus do campo de Libra, mas a taxa cambial apreciada pode precipitar os pagamentos das importações vincendas e até provocar que as importações para atender a demanda de final de ano sejam realizadas com pagamentos antecipados para aproveitar a taxa cambial conveniente, e, poderá provocar a retração dos ingressos de divisas de exportações liquidadas pelo desestimulo da taxa cambial, assim como em investimentos especulativos de curto prazo.
Não se espera que o ingresso dos US$ 4,0 Bi represente alívio para as necessidades de fluxos favoráveis do país.
Na dúvida quanto ao momento futuro e havendo incertezas até quanto à sustentabilidade da estratégia atual do BC suportar pressão altista sobre o preço da moeda americana ancorada em mudanças efetivas não especulativas, o mercado pode tender a perder volume e manter-se em estado de observação “andando de lado” após o final do mês.
Evidentemente não se descarta a ocorrência de disputa em torno da taxa Ptax entre “comprados” e “vendidos” no mercado futuro no dia 31 deste mês, com reflexos diretos na taxa praticada no mercado à vista, mas este poderá ser um fato pontual.
Há pouco que o governo possa fazer no curto prazo para melhora do fluxo cambial para o país, restando, quem sabe, alterar o prazo para os empréstimos externos retornando-o a 90 dias para incidência de IOF de 6%, até porque nesta fase as empresas estabelecem seus planejamentos para o ano de 2014.
Há riscos efetivos em artificializar a taxa cambial num ambiente adverso de fluxos de recursos. Primeiro por ser um contrassenso óbvio e segundo que pela contração haverá riscos de ajustes abruptos quando ocorrer o ajuste do preço por inevitável.
O preço atual da taxa cambial no Brasil passa uma falsa impressão de tranquilidade neste segmento, quando a realidade é bem diferente.
Evidentemente que esta dimensão de rolagem tem capacidade de inibir apreciação do preço da moeda americana, mas ao que tudo indica já não há clima para que seja expressiva, pois a realidade das nossas contas externas e suas perspectivas para o final do ano impõe postura cautelar por parte dos “players”, sugerindo que o mercado de câmbio passe a operar cautelarmente “andando de lado”, observando mais detidamente os movimentos dos fluxos de recursos, que liquidamente ainda estão com tendência desfavorável.
A clara artificialização da taxa cambial, num ambiente amplamente sugestivo de que tenha comportamento diferente, deixa em aberto o risco de ajustes abruptos.
Já não é sustentável a tese de que a perspectiva de que o FED venha a postergar o início da redução do seu programa de incentivo monetário é que dá suporte a apreciação do real.
Isto já foi precificado e já está consumado no preço desde inúmeras semanas atrás quando Summers renunciou à candidatura à Presidência do FED e ascendeu então Yellen.
A apreciação do real num ambiente notoriamente adverso para o país nas contas externas é claramente induzida. E isto, por levar o preço da moeda americana a um patamar assimétrico com a realidade coloca riscos de variações abruptas.
Esta prática foi contumaz por parte do BC na gestão anterior, onde a alegação era o excesso de fluxo de recursos, o que não ocorre neste momento muito pelo contrário, que era totalmente absorvido pela autoridade monetária, que avançava suas compras além do excedente dos ingressos e assim deixava os bancos com posições vendidas induzindo desta forma à apreciação do real que, juntamente com o juro Selic, impactava contendo as pressões inflacionárias.
Mas era outro contexto, havia forte ingresso de recursos naquela oportunidade e não o cenário adverso atual, onde há carência de ingressos e de liquidez no mercado à vista que vem sendo suprida pelas posições vendidas dos bancos, que assim vem substituindo o BC nesta ação evitando que tenha que realizar leilão de vendas de dólares a vista.
Todos, inclusive nós, acreditamos que o FED protelará o início da redução do programa de incentivo monetário, mas o que acontecerá se o Presidente Ben Bernanke quiser validar a palavra dada e emitir, mesmo que discreto, um sinal de início imediato?
O prazo de intervalo das discussões politicas em torno das divergências em torno da questão fiscal é extremamente curto indo até início de janeiro, e, ainda que haja retardamento no início da redução por parte do FED, tudo sugere que no primeiro trimestre de 2014 o assunto esteja sobre a mesa, e toda a tensão será retomada.
Efetivamente o clima predominante não permite tranquilidade para que o preço do real seja utilizado como âncora confiável em estratégia de contenção das pressões inflacionárias, e o contexto Brasil e suas contas externas e perspectivas não permitem simetria com o comportamento do dólar no mercado externo.
O Brasil atravessa um momento único onde pontificam fatores adversos nas contas externas e temos inflação aquecida, o que o torna diferente no contexto global e que não guardam correlação com os demais emergentes.
Tem uma NFE (necessidade de financiamento externo) data base setembro de US$ 16,799 Bi; vem apresentando consistente fluxo cambial negativo; os bancos já estão arcando com a liquidez faltante em mais de US$ 10,2 Bi substituindo o BC com posições vendidas ancoradas em linhas de financiamentos em moeda americana fornecida pela autoridade monetária.
Tem em perspectiva o ingresso de US$ 4,0 Bi relativo ao bônus do campo de Libra, mas a taxa cambial apreciada pode precipitar os pagamentos das importações vincendas e até provocar que as importações para atender a demanda de final de ano sejam realizadas com pagamentos antecipados para aproveitar a taxa cambial conveniente, e, poderá provocar a retração dos ingressos de divisas de exportações liquidadas pelo desestimulo da taxa cambial, assim como em investimentos especulativos de curto prazo.
Não se espera que o ingresso dos US$ 4,0 Bi represente alívio para as necessidades de fluxos favoráveis do país.
Na dúvida quanto ao momento futuro e havendo incertezas até quanto à sustentabilidade da estratégia atual do BC suportar pressão altista sobre o preço da moeda americana ancorada em mudanças efetivas não especulativas, o mercado pode tender a perder volume e manter-se em estado de observação “andando de lado” após o final do mês.
Evidentemente não se descarta a ocorrência de disputa em torno da taxa Ptax entre “comprados” e “vendidos” no mercado futuro no dia 31 deste mês, com reflexos diretos na taxa praticada no mercado à vista, mas este poderá ser um fato pontual.
Há pouco que o governo possa fazer no curto prazo para melhora do fluxo cambial para o país, restando, quem sabe, alterar o prazo para os empréstimos externos retornando-o a 90 dias para incidência de IOF de 6%, até porque nesta fase as empresas estabelecem seus planejamentos para o ano de 2014.
Há riscos efetivos em artificializar a taxa cambial num ambiente adverso de fluxos de recursos. Primeiro por ser um contrassenso óbvio e segundo que pela contração haverá riscos de ajustes abruptos quando ocorrer o ajuste do preço por inevitável.
O preço atual da taxa cambial no Brasil passa uma falsa impressão de tranquilidade neste segmento, quando a realidade é bem diferente.