Pelo andar da carruagem, o novo governo, no que tange a economia está mais para a era Dilma do que para o mandato Lula 1. Mercado financeiro não está gostando nada disso. O economista Gabriel Galípolo será o secretário-executivo de Haddad, enquanto Bernard Appy, que participou dos primeiros governos Lula, será o secretário especial para a reforma tributária , tema que o futuro ministro colocou como prioritário para sua gestão e que deverá caminhar junto com a reformulação do arcabouço fiscal. Tudo indica que o ministério seguirá tendência mais desenvolvimentista do que ortodoxa.
Pois é, enquanto a confirmação de Bernard Appy é um bom presságio para a perspectiva de que o governo Lula deva priorizar a aprovação de uma reforma tributária que visa aumentar a eficiência do sistema, a nomeação de Mercadante para o BNDES levanta preocupações de que a política de empréstimos subsidiados implementada no passado poderia recomeçar.
Ontem o aumento de juros nos EUA em 0,5 pp ajudou o real e o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,3093. Durante o dia a moeda norte americana chegou a bater R$ 5,3731 com a política interna falando mais alto do que os fundamentos.
Está pesando na confiança dos investidores, a mudança na Lei das Estatais na Câmara dos Deputados. O mercado repercutiu negativamente a aprovação pela Câmara de uma mudança na Lei das Estatais que reduz para apenas um mês a quarentena obrigatória para que pessoas vinculadas à estrutura decisória de partidos políticos ou de campanhas eleitorais assumam cargos em empresas estatais.
Além disso, uma perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos também não ajuda nossa moeda. A defasagem do repasse da política monetária nos EUA, deve fazer com que os membros do Fed avaliem com maior parcimônia tanto aumentos futuros, como também já devem começar a reavaliar possíveis quedas nos próximos anos.
Calendário econômico hoje no Brasil teremos o IGP-10 e relatório trimestral da inflação. Na Europa a decisão da taxa de juros e declaração de política monetária do BCE. Na sequência teremos discurso de Christine Lagarde. Já nos EUA acompanharemos vendas do varejo, produção industrial e pedidos de seguro desemprego.
Boa sorte, mercado!