Olá, pessoal! No artigo de hoje, fiz um levantamento de como estão 13 bolsas de importantes países e regiões pelo mundo. Na B3 (SA:B3SA3), já existem ETFs de alguns dos índices analisados a seguir e penso que, com o tempo, deveremos ter uma cesta de ETFs que contemplem as principais bolsas mundiais. Isso permitiria uma diversificação incrível a nível internacional de forma bastante acessível e a um baixo custo.
A análise contemplou rentabilidades em 2022 (fechamento na última quarta-feira) e no ano passado para termos um pouquinho do histórico e fazermos correlações. Também calculei volatilidades para não deixarmos de comparar a dimensão risco. Para efeito de melhor comparação, essas volatilidades são sempre anualizadas e baseadas no desvio-padrão calculado com base em retornos diários. Aliás, agradeço à Quantum Finance pelos dados disponibilizados para esta análise.
Análise em Moeda Local
A tabela abaixo resume os cálculos realizados em moeda local. Essa análise não considera os efeitos do dólar sobre cada moeda de origem dos índices. O ranqueamento é sempre de 1 a 13, sendo que 1 representa o melhor resultado. No caso das volatilidades, o melhor resultado corresponde à menor volatilidade.
No ano corrente, a bolsa argentina aparece na primeira posição em rentabilidade, entregando 7,8%. Ela se mantém bem, tendo em vista que no ano passado também entregou a mais alta rentabilidade dentre as 13 bolsas analisadas (63,0%). No entanto, perceba que sua volatilidade é relativamente alta, refletindo os aspectos de um país que busca recuperação após um período economicamente dramático.
A Ibovespa aparece com a segunda maior rentabilidade no ano, mas aqui há de se considerar que no ano passado foi a única dentre as 13 a perder valor. O índice FTSE 100, do Reino Unido, recentemente inverteu suas perdas no ano. Todas as outras 10 bolsas estão no vermelho em 2022, após um ano positivo em 2021. A depender do seu interesse, amigo leitor, você pode querer focar em uma ou outra bolsa, mas fica a dica de nunca deixar de olhar a volatilidade associada.
Análise em Dólar
A análise anterior tem sua importância quando se olha cada mercado de ações de forma interna. Sob o contexto do investidor global, a análise mais importante é realmente aquela que coloca todos os índices na mesma moeda, pois permite comparação direta e incorpora os efeitos sofridos pela moeda local em relação à principal moeda do mundo: o dólar.
Impulsionada pela valorização do nosso Real frente ao dólar ao longo de 2022, a bolsa brasileira se apresenta como a de maior rentabilidade no ano, quase que equilibrando o péssimo resultado do ano passado. Note que esses resultados vêm com uma boa dose de volatilidade. Por motivos fáceis de entender, a bolsa da Rússia é a que mais perde valor no ano, com uma volatilidade altíssima. Os índices da Zona do Euro e da Alemanha também estão sendo bastante impactados pela guerra, haja vista que entregam as piores rentabilidades com as maiores volatilidades, atrás apenas da Rússia. Em dólar, a bolsa argentina inverte o sinal do seu resultado em 2022, caindo 3,8% devido à desvalorização da sua moeda perante a moeda estadunidense. As bolsas do Canadá e da Índia parecem ter sofrido menos com a guerra, tendo caído pouco relativamente às altas que tiveram em 2021.
É isso, pessoal. O objetivo deste artigo foi trazer à tona um olhar mais global das bolsas mundiais e, quem sabe, abrir caminhos para muitos de vocês também investirem nos mercados de ações mundo afora. Como diz um bom amigo meu, de forma não rigorosa, “a diversificação é o último almoço grátis disponível”.
Convido vocês a se conectarem comigo no Instagram @carlosheitorcampani. Frequentemente abro caixinhas de dúvidas e adoro compartilhar conteúdos que julgo relevantes, bem como ajudar a todos da maneira que estiver ao meu alcance. Vamos conversar por lá também?
Um forte e respeitoso abraço.
* Carlos Heitor Campani é PhD em Finanças, Professor do Coppead/UFRJ, Pesquisador da Cátedra Brasilprev em Previdência e da ENS – Escola de Negócios e Seguros. Ele pode ser encontrado em www.carlosheitorcampani.com e nas redes sociais: @carlosheitorcampani. Esta coluna sai a cada duas semanas, sempre na sexta-feira.