A possível recessão mundial aliada ao processo de transição política no Brasil amplia os movimentos de aversão ao risco dos investidores. No entanto, ao contrário do que muitos vêm fazendo com seus investimentos ao longo de 2022, não é hora de evitar totalmente a renda variável, mas talvez ter recursos reservados para aproveitar os movimentos de curto prazo.
Desta forma, é interessante manter parte da carteira líquida, porém, isso não significa renunciar à rentabilidade. Pelo contrário, existem alternativas interessantes no mercado que servem justamente para este propósito: rentabilizar a parte da carteira de investimentos que não pode ficar comprometida em investimentos com resgate acima de D+2.
Por desconhecimento, muitos acabam deixando os recursos de uso emergencial na poupança. Esta, entretanto, é a pior alternativa. Nos últimos 12 meses até setembro, a aplicação na caderneta de poupança rendeu 7,27%, enquanto a inflação medida pelo IPCA acumula alta de 7,17%. Render acima da inflação é uma novidade para a poupança desde agosto de 2020. E isso só ocorreu devido à queda dos preços nos últimos meses. De qualquer forma, a rentabilidade real é quase inexistente e, pior, a poupança possui datas de aniversário e sacar entre elas, zera o retorno, que já é baixo.
Outros costumam deixar os recursos de uso emergencial em ativos como títulos do tesouro atrelado a taxas pós-fixadas ou fundos com o mesmo tipo de ativo cobrando taxas de gestão, custodia e auditoria. Esta opção também está longe do ideal, pois além de não terem o rendimento tão expressivo assim, estes ativos não possuem liquidez necessária para aqueles que desejam aplicar parte do portfólio para aproveitar o momento ideal de entrar no mercado de renda variável ou determinada ação. Quando se investe em fundos com estes ativos, por causa de custos obrigatórios, fica pior ainda.
Dentre as possibilidades que proporcionam uma relação melhor de risco e de retorno para investimentos com este objetivo, destacam-se os chamados fundos de caixa, que levam este apelido porque aliam a liquidez imprescindível, com níveis de risco muito mais adequados e retorno atrativo e muito melhor do que as opções acima. Tais fundos são uma opção segura e previsível de investimento com retorno melhor do que as outras opções de mercado atuais, que travam o resgate dos cotistas por um prazo, ou, quando possuem liquidez, não entregam o mesmo retorno.
Apesar de incorrerem em zero nível de exposição ao risco de crédito privado corporativo e contarem com baixa volatilidade, tais fundos oferecem retorno superior ao CDI e servem tanto para pessoas físicas, que desejam aplicar com liquidez, quanto para outros fundos de investimentos que querem alocar seu caixa e empresas que procuram opções para alocarem seu capital de giro.
Independente se o objetivo for esperar o momento do mercado, investir o caixa da empresa por um período curto até a data dos pagamentos ou preservar a reserva de emergência, não se pode ser leviano ao olhar apenas a liquidez. É preciso buscar produtos que alinham as três características necessárias para este tipo de aplicação: risco baixo, liquidez elevada e rentabilidade acima do CDI. Neste sentido os fundos de caixa superam as alternativas hoje disponíveis no mercado.