Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de leite captado pelos laticínios brasileiros com algum tipo de inspeção (municipal, estadual e/ou federal) foi de 5,34 bilhões de litros no segundo trimestre de 2013.
Este volume é 6,0% menor que os 5,68 bilhões de litros captados no primeiro trimestre do ano, porém, é 2,0% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.
Com os preços do leite pago ao produtor em alta desde o final de 2012, houve investimento, principalmente, em alimentação, o que resultou em um aumento da produção a partir de abril. Veja a figura 1.
A quantidade de leite adquirida no primeiro semestre de 2013 aumentou ligeiramente em relação ao primeiro semestre de 2012. O incremento foi de 0,2% no período.
Considerando apenas o primeiro trimestre deste ano, a captação caiu 1,4% em relação ao primeiro trimestre de 2012.
Preços historicamente mais altos
A concorrência entre os laticínios ainda está grande neste final de entressafra e início de safra.
A maior disponibilidade de leite no mercado interno, com a recuperação da produção em importantes bacias leiteiras em agosto e setembro, ainda não foi capaz de derrubar as cotações.
O mercado está firme e, contrariando as expectativas de manutenção, os preços pagos aos produtores subiram no pagamento de setembro, referente ao leite entregue em agosto.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, considerando a média brasileira (média ponderada dos dezessete estados pesquisados), o produtor recebeu R$1,013 por litro de leite, alta de 2,4% em relação ao pagamento anterior.
O produtor está recebendo 27,1% mais por litro de leite, frente ao pagamento de setembro do ano passado (figura 2).
O cenário é positivo para o produtor de leite. Os valores recebidos são historicamente altos e os alimentos, em especial o milho, estão com preços competitivos.
O pecuarista está pagando 21,6% menos pelo grão em relação a outubro de 2012. Em relação ao início do ano o milho está 33,14% mais barato. Outros insumos, como os alimentos concentrados proteicos e os fertilizantes, também estão mais baratos.
Considerações finais
Os estoques de lácteos enxutos seguram os preços. A expectativa é de que haja manutenção das cotações até pelo menos o pagamento de novembro.
Queda de preço está prevista a partir daí, com a recuperação da produção e dos estoques internos. Na região Sul a pressão de baixa é maior.
Com as chuvas em outubro, a perspectiva é de que a produção brasileira de leite continue aumentando, principalmente nos estados da região Sul, onde as precipitações foram regulares nas últimas semanas.
Em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, as precipitações deverão repercutir na qualidade das pastagens daqui há quinze ou vinte dias, mas a produção já aumentou nas últimas quinzenas.
Paola Jurca Grígolli - engenheira agrônomo e consultora da Scot Consultoria
Rafael Ribeiro - zootecnista e consultor da Scot Consultoria