Magazine Luiza no 4T22: desempenho pior do que o esperado

Publicado 10.03.2023, 11:40
MGLU3
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Atendendo a pedidos, analisamos os resultados do Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) no quarto trimestre (4T22).

Analisando os resultados

O Magazine Luiza entregou, mais uma vez, prejuízo no quarto trimestre de 2022, desta vez de R$ 39 milhões, revertendo o lucro líquido apresentado no mesmo período do ano anterior, que havia sido de R$ 36 milhões.

Já no consolidado do ano, a varejista registrou um prejuízo total de R$ 499 milhões (vulgo meio bilhão) contra um lucro de R$ 591 milhões em 2021.

Porém, nem só de notícia ruim vive o Magalu. Apesar de mais um prejuízo, o resultado líquido vem apresentando melhoras em relação aos trimestres anteriores, mesmo ainda pressionado pelo aumento das despesas financeiras em meio ao cenário de juros altos.

No trimestre, as operações da companhia apresentaram expansão e as vendas totais (incluindo marketplace) atingiram R$ 17,9 bilhões (+15,5%), impulsionando um crescimento de +19% em sua receita líquida no período. No ano, a alta foi menor, de +6%.

A alta nas vendas totais é reflexo não somente de uma retomada das vendas no varejo físico (+15%), como também do crescimento das vendas do e-commerce total (+16%), sendo +18% para o e-commerce tradicional (1P) e +12% para o marketplace (3P).

Gráfico aposta crescimento médio anual de 26% nas vendas totais, nos últimos três anos
Crescimento de vendas. Fonte: Magalu

Com um crescimento na receita de serviços (maiores margens) e conseguindo repassar melhor a inflação de custos para seus clientes, o Magalu entregou um lucro bruto de R$ 3,1 bilhões (+31%) no 4T22, com expansão de +2,5 p.p. em sua margem bruta no período.

Em 2022, o lucro bruto da companhia ultrapassou os R$ 10 bilhões e cresceu +23% em relação a 2021, com margem bruta de 28% (+2,8 p.p.).

As despesas operacionais ficaram praticamente estáveis no trimestre (+3%), contribuindo para que o Ebitda ajustado da varejista apresentasse uma expressiva alta de +177%, atingindo R$ 674 milhões. Em 2022, o crescimento foi de +44%.

Mesmo com mais um prejuízo no trimestre, os números operacionais mostram uma certa recuperação para um dos principais nomes do varejo brasileiro – trazendo um alívio para seus investidores.

Cenário macroeconômico

Porém, o cenário continua trazendo grandes cautelas para o mercado, tendo em vista que o Magalu atua em um dos setores mais sensíveis à inflação e aos juros altos, que acabam correndo o consumo de bens supérfluos da população – além de impactar diretamente o lucro da empresa.

Enquanto os juros não caem, a varejista continuará buscando formas de driblar o cenário e rentabilizar seu completo ecossistema. A empresa, inclusive, informou que iniciou 2023 em ritmo acelerado, com a maior “Liquidação Fantástica” de sua história.

Preocupações

A companhia também informou, por meio de fato relevante, que recebeu denúncias anônimas quanto a irregularidades em operações com determinados distribuidores/fornecedores relacionadas à bonificação na compra de produtos.

“A denúncia menciona três distribuidores, os quais ao longo do exercício de 2022 representaram, aproximadamente, 3,5% do valor total de compra de mercadorias da companhia”, disse a varejista no comunicado.

Desempenho das ações

As ações do Magazine Luiza fecharam o pregão de ontem, 9, em queda de 1,15%, cotadas a R$ 3,39. Nos últimos 12 meses, o papel acumula desvalorização de 43,12%.

É possível ver que as ações da varejista seguem a tendência tradicional do mercado no longo prazo, que é de acompanhar de perto seus resultados – tanto positivamente como negativamente (como é o caso mais recente).

Mantemos nossa recomendação como “Neutra”, dado que continuamos vendo pressão sob os papéis com a manutenção dos juros em altos patamares podendo continuar impactando suas operações e seus lucros no curto prazo.

 No gráfico, vemos que o Magalu tem reportado queda nos lucros desde 2021
Lucro e cotação das ações do Magalu. Fonte: Bloomberg

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