As ações do Magazine Luiza (SA:MGLU3) estão em baixa no mercado, mas em alta no noticiário. Com queda de 84,38% nas últimas 52 semanas, as ações da empresa saíram de R$20,90 para os atuais R$3,22 em um ano. E, com isso, deixaram muitos investidores de cabelo em pé, com prejuízo no momento, mas ainda esperançosos de uma recuperação futura ao patamar que tinham antes os papéis da varejista.
Nesse período, não faltaram análises para tentar entender o que houve com a Magalu. Antes uma das queridinhas da bolsa, o papel sempre negociou com múltiplos altos, mas isso não impediu que o mercado continuasse comprando até uma valorização máxima de incríveis 91.300% – quando passou dos R$27 - e teve que realizar três desdobramentos para facilitar a liquidez no período.
Mas o que o InvestingPro, plataforma de análise fundamentalista do Investing.com, diz sobre MGLU3? É oportunidade ou risco?
De forma curta e direta, a resposta é simples: ambos. A cotação atual da Magalu pode mostrar uma oportunidade de entrada interessante, mas a saúde financeira da empresa e a comparação com as ações dos concorrentes também deixam dúvidas.
Oportunidade no Preço
MGLU3 fechou o pregão desta quarta cotada em R$3,22. Mas as métricas avançadas do InvestingPro apontam que a ação tem um preço-justo médio em R$4,10. Caso realmente atinja esse valor no futuro, teria uma valorização de 27,2%.
Dentro dos parâmetros do Pro, o preço da ação atualmente é classificado como ligeiramente subvalorizado por ter essa expectativa de crescimento acima de 25%, o que em geral é considerado muito bom no mercado financeiro.
O InvestingPro usa 13 modelos diferentes de projeção de crescimento para determinar o preço-justo da Magazine Luiza. E em alguns deles há a estimativa do papel até mesmo passar dos R$6 a médio prazo.
Segundo o indicador de Preço/Vendas, a MGLU3 negocia hoje a 0.6x e a projeção baseada no indicador seria de alcançar até R$6,40. Já as projeções baseadas em múltiplos de receita vislumbram o papel indo até R$6,23. Ou seja, há razões para ter esperança.
Risco nas Finanças
Por outro lado, apesar do potencial de valorização, o investimento em Magalu está longe de ser livre de riscos – como já era de se esperar pelo histórico recente de baixas. A ferramenta de saúde financeira do InvestingPro classifica a MGLU3 em mais de 100 fatores, dentro de cinco categorias, comparando com outras empresas do segmento de Consumo Cíclico.
As categorias são: fluxo de caixa, crescimento, momentum, lucro e valor relativo. E a classificação geral da Magazine Luiza nelas é D (o 2, na imagem acima), sendo que em momentum chega a ser considerada E – naturalmente, visto que a cotação caiu vertiginosamente no último ano.
Assim como a cotação, a saúde financeira da Magalu piorou bastante desde meados de 2021. Mesmo sendo uma das líderes entre varejistas no Brasil, a empresa sofre com os efeitos de um cenário macroeconômico de inflação elevada e taxas de juros e de desemprego (embora em queda neste caso) em alta, além de a reabertura após a vacinação contra a Covid-19 tende a direcionar a preferência do consumidor para o setor de serviços.
O fluxo de caixa diminuiu, as margens de lucro seguem baixas (como é comum no setor) e as dívidas aumentaram. Ou seja, há razões para se preocupar.
Panorama do Varejo
As duas principais concorrentes da Magalu na Bolsa são Americanas (SA:AMER3) e Via SA (SA:VIIA3 - dona da Casas Bahia e do Ponto). Dentro do setor do varejo ainda são consideradas empresas como Renner (SA:LREN3), Marisa (SA:AMAR3), Grazziotin (SA:CGRA3) e Lojas Quero-Quero (SA:LJQQ3), entre outras. E a comparação setorial tem resultados mistos para MGLU3 no momento.
Alguns múltiplos de preço da MGLU3 são altos demais para que a ação seja atrativa para quem analisa preço na hora de comprar, como o P/L (125x) e o EV/EBITA (99x), comparado a uma média muito menor entre concorrentes do setor.
As métricas de eficiência também deixam a desejar, com margem bruta (24,7%) menor que VIIA3 (30,0%) e AMER3 (30,1%), ROE (1,9%) abaixo da AMER3 (4,6%) e ROIC (0,2%) também inferior a ambas (1,3% e 3,5%, respectivamente).
E o potencial de crescimento de acordo com o preço-justo do Pro também é menor que as duas: seus 27,2% ficam abaixo de Via (37,2%) e Americanas (42,6%) por enquanto.
Mas há pontos positivos. Mesmo com as incertezas econômicas no Brasil, a Magalu tem receita maior que seus pares: fechou 2021 em R$35,8 bilhões, acima de Via (R$30,7 bi) e Americanas (R$26,5 bi).
Sua dívida também ainda é menor que as das principais rivais, representando 93,7% do patrimônio líquido – um patamar considerado aceitável, já que o ideal é não passar de 100% neste indicador. Já VIIA3 tem dívida na casa de 286%, enquanto AMER3 está com 114,1%.
E o futuro pode mesmo voltar a ser animador para os investidores de Magazine Luiza. O InvestingPro tem projeção de receita futura para a empresa acima das rivais: R$40 bi para a MGLU3 ao fim de 2023, com R$33 bi para Via e R$32 bi para Americanas. E a projeção de receita média para os próximos cinco anos é de mais de R$50 bi por ano, também acima de Via (cerca de R$40 bi) e Americanas (R$44 bi) no período.
E você, está otimista ou pessimista com a Magalu?
OBS: Os dados apresentados no texto foram coletados na quarta-feira, 8 de junho de 2022
Quer encontrar sua próxima grande ideia em ações? O InvestingPro permite filtrar mais de 135 mil ações e encontrar as que estão crescendo mais rápido ou estão mais subvalorizadas no mundo, com dados, ferramentas e insights profissionais. Saiba mais »
Este artigo é apenas informativo; não constitui recomendação de investimento e nem pretende incentivar a compra das ações mencionadas. Lembre-se que toda empresa deve ser analisada por diversos pontos de vista e investir no mercado de renda variável sempre implica em riscos.